“Assalto poético no CEJA Lia Campos: um ensino de história aliado à arte, contra a violência e sua naturalização”,
ensino de história; naturalização da violência; consciência
histórica; cultura de paz.
Este trabalho tem como objetivo analisar o fenômeno da violência urbana em sua
forma mais extrema, que são os homicídios, as representações sociais sobre a
mesma, em outros tempos e no momento atual, focando na naturalização. A
responsabilidade do Estado, enquanto guardião dos direitos básicos, contidos na
Constituição Federal (1988), a responsabilidade da escola enquanto um lócus de
(des)construção de saberes e representações; e o ensino de história, com potencial
para romper, em certa medida, ou manter tais representações. As inquietações são
advindas de vivências dentro e fora da sala de aula, em locais onde essa violência
fazia parte do cotidiano e, em certa medida, naturalizada. Trabalhando no Centro de
Educação de Jovens e Adultos (CEJA) Profª Lia Campos, localizado em uma região
da nossa cidade, Natal-RN, onde desponta como uma das mais afetadas pela
escalada da violência dos últimos anos,(entre os anos de 2007-2017 aumentou em
335%, o número de vítimas de homicídios no nosso estado), e analisando o perfil
dos alunos, incluindo o local onde moram, sentimos a urgência em trabalhar essa
temática. Para tal, mobilizamos fontes como entrevistas com todo público da escola,
incluindo professores e funcionários, entrevistamos especialistas em segurança
pública e representantes da sociedade civil, preocupados com tal fenômeno. Além
dos dados tabulados por órgãos que medem a violência como o IPEA (Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada) e OBVIO (Observatório da Violência-RN). Por fim,
propomos uma intervenção com um produto imediato (videoclipe) e um projeto de
trabalho permanente denominado “assalto poético”, os quais, com o apoio das
professoras de arte, língua portuguesa e inglesa, e atuação dos alunos, terão como
finalidade fomentar discussões sobre violência e reflexões que gerem ações de
efeito prático. Dentro e fora da escola. Ao mesmo tempo que propaga a cultura de
paz.