Craqueamento catalítico do óleo da Pachira aquatica Aubl.: estudo de PY-GC/MS utilizando HZSM-5.
óleo de Munguba; pirólise flash; bio-aromáticos; hidrocarbonetos renováveis
Em um contexto de transição energética, o investimento em energia renovável desempenha um papel crucial na mitigação das emissões de gases de efeito estufa, na redução da poluição do ar e na proteção contra os efeitos das mudanças climáticas. Nesse sentido, o óleo extraído das sementes do fruto da Pachira aquatica Aubl. (PAA), conhecida como Munguba revela-se uma excelente fonte de biomassa para a produção de biocombustíveis renováveis. Sua composição apresenta quantidades significativas de ácidos saturados, com destaque para o ácido palmítico (C16:0), juntamente com os ácidos insaturados oleico (C18:1) e linoleico (C18:2). O objetivo deste estudo é caracterizar a biomassa proveniente da PAA com foco na avaliação de seu potencial energético para a produção de biocombustíveis de segunda geração e produtos de valor para a indústria química. Os teores de cinzas, umidade, componentes voláteis e componentes lignocelulósicos se mostraram consistentes com estudos anteriores realizados em sementes da mesma espécie. Além disso, observou-se um rendimento satisfatório de óleo por meio de extração mecânica, juntamente com uma notável estabilidade térmica, suportando temperaturas de até 250 °C. Para avaliar a viabilidade do uso desse óleo na produção de biocombustíveis, foram realizadas análises abrangentes, incluindo as características de cinzas, densidade, viscosidade e determinação de índices como acidez, iodo, saponificação, peróxidos e refração. Durante a pirólise analítica convencional do óleo, houve predominantemente a formação de hidrocarbonetos alifáticos na faixa de C7-C18, e baixa quantidade de compostos oxigenados. Já na pirólise catalítica utilizando HZSM-5, observou-se uma significativa redução dos compostos oxigenados e a predominância de hidrocarbonetos alifáticos, abrangendo a faixa de C7-C14 a 300 °C, e a faixa de C4-C13 a 500 °C. Em ambas as temperaturas do leito catalítico, notou-se um elevado rendimento em compostos aromáticos, incluindo benzeno, tolueno, etilbenzeno e xileno (BTEX), que são produtos de grande interesse para a indústria química. O HZSM-5 é amplamente utilizado para esse fim pela sua capacidade de promover a descarbonização, descarbonilação, desoxigenação e aromatização das estruturas, devido às suas propriedades ácidas e à estrutura porosa. Esses resultados apontam para o significativo potencial de aplicação do óleo das sementes da PAA na obtenção de biocombustíveis e bioprodutos.