Banca de QUALIFICAÇÃO: JÉSSICA BASTOS PIMENTEL

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : JÉSSICA BASTOS PIMENTEL
DATA : 12/12/2019
HORA: 09:00
LOCAL: Sala de aula 7 do Departamento de Nutrição - DNUT/UFRN
TÍTULO:

Relação entre o consumo de alimentos processados e ultraprocessados e dislipidemias em adolescentes com excesso de peso


PALAVRAS-CHAVES:

Adolescente, sobrepeso, obesidade, fatores de risco, dislipidemias, alimentos processados, alimentos ultraprocessados, NOVA.


PÁGINAS: 60
RESUMO:

O objetivo do estudo foi quantificar o consumo de alimentos processados e ultraprocessados e a sua influência sobre o perfil lipídico em adolescentes com sobrepeso/obesidade. Trata-se de um estudo transversal realizado por amostragem não-probabilística, com adolescentes com idades entre 10 e 19 anos, de ambos os sexos, diagnosticados com sobrepeso ou obesidade, atendidos pela primeira vez no ambulatório de pediatria do Hospital Universitário Onofre Lopes/UFRN, Natal/RN. Estudo aprovado pelo CEP/HUOL/UFRN, CAAE nº 56763716.7.0000.5292, realizado no período de outubro de 2016 a agosto de 2019. Foram avaliados dados clínicos, antropométricos, bioquímicos e de consumo alimentar e dietéticos. O estado nutricional antropométrico foi avaliado por meio do Índice de Massa Corporal (IMC) para-idade, utilizando o z-escore como ponte de corte e para sobrepeso e obesidade valores de escore Z ≥ +1 e Z≥ +2, respectivamente, seguindo a classificação proposta pelo Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (2011). O perímetro do pescoço (PP) utilizou-se os pontos de corte para adolescentes de > 32cm e <35cm para os sexos feminino e masculino, respectivamente (HINGORJO et al, 2012). Avaliou-se o perímetro da cintura (PC) de acordo com a classificação proposta por Taylor et al. (2000). Para o diagnóstico da obesidade abdominal foram considerados valores de ponto de corte estabelecido para razão cintura/quadril (RCQ) > percentil 90 de acordo com a diretriz brasileira de obesidade (ABESO, 2016) e para razão cintura/altura (RCA) valores > 0,5 de acordo com Carvalho et al, 2015. Para a medida do índice de conicidade (Índice C), utilizou-se os pontos de corte <1,16 para meninos e <1,14 para meninas de acordo com Neta et al, 2017. Foi avaliado o perfil lipídico segundo os parâmetros referenciais para crianças e adolescentes, presentes na atualização da V Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da aterosclerose (2017) que estabelece os seguintes pontos de corte para valores desejáveis (em jejum): CT < 170mg/dL; HDL-c > 45 mg/dL; TG < 90 mg/dL; LDL-c < 110 mg/dL (SBC, 2017), e colesterol não-HDL<130 mg/dL de acordo com Bonito et al., 2012. Os dados de consumo alimentar e dietético foram obtidos por dois recordatórios de 24 horas e analisados pelo software Virtual Nutri Plus. Os alimentos consumidos pelos adolescentes foram classificados quanto ao tipo de processamento, de acordo com a “NOVA Classificação de alimentos baseada na extensão e propósito do seu processamento”, proposta por Monteiro et al (2015). Após a classificação quanto ao tipo de processamento, os alimentos foram agrupados e em seguida foi contabilizado a média de ingestão calórica e o consumo médio de cada grupo respectivamente por individuo. A normalidade dos dados foi verificada pelo teste de Kolmogorov-Smirnov. O teste t de Student foi utilizado para comparar as variáveis entre os adolescentes com colesterol não-HDL normal e elevado para os dados com distribuição normal, enquanto o teste U de Mann-Whitney foi utilizado para os dados sem distribuição normal. O teste Qui-quadrado de Pearson ou o teste Exato de Fisher, quando adequado, foram utilizados para comparar as proporções entre os grupos seguido pelo teste z para identificar diferenças, assim como para as análises bivariadas. Na análise multivariada, o modelo de regressão de Poisson com variância robusta foi utilizada para calcular a razão de prevalência (RP) e seu intervalo de confiança de 95% para colesterol não-HDL elevado. O modelo foi ajustado pelas variáveis independentes.  O teste Omnibus foi utilizado para verificar o ajuste do modelo (um modelo bem ajustado é representado por um P < 0,05). O nível de significância foi de P < 0,05). As análises estatísticas foram realizadas no pacote estatístico SPSS versão 25.0 (IBM®, Chicago, IL, USA). A amostra total do estudo foi composta por 118 adolescentes com idade média 11,42 (1,52) anos, com maior percentual para o sexo masculino (n=62; 52,5%). Em relação ao estado antropométrico, registrou-se média do IMC de 26,48 (3,62) kg/m², a maioria dos participantes classificados como obesidade (n=66; 55,93%) em ambos os sexos. Identificou-se um percentual para o perímetro da cintura de (n=86; 72,88%), índice de conicidade (n=108; 91,52%) e razão cintura-altura (n=116; 98,30%) elevados, independente do sexo. Registrou-se que o perímetro do pescoço estava mais elevado para o sexo feminino (n=32; 57,14%). Encontrou-se, elevadas prevalências de alterações nas concentrações de colesterol total (n=28; 50,00%) no sexo feminino e baixas concentrações de HDL-c em ambos os sexos (n=47;75,81%) masculino, (n=40; 71,43%) feminino. As médias encontradas para o perfil lipídico da amostra total foram CT =169,52mg/dL, HDL-c =39,56 mg/dL, LDL-c =107,43mg/dL, TG =122,73 mg/dL e para não-HDL-c=130 mg/dL. Paras as razões das frações lipídicas, registrou-se TG/HDL=3,31 e CT/HDL=4,36. Para o sexo masculino, as médias encontradas foram CT=168,05mg/dL, HDL-c=39,25 mg/dL, LDL-c= 107,81mg/dL, TG=122,14 mg/dL, não-HDL-c =131,61 mg/dL, TG/HDL=3,31 e para o CT/HDL=4,39. No sexo feminino, as médias encontradas foram CT=172,13mg/dL, HDL-c= 39,86 mg/dL, LDL-c=107,59mg/dL, TG=125,25 mg/dL, não-HDL-c=129,20 mg/dL, TG/HDL=3,34 e para CT/HDL=4,33. A ingestão média de calorias foi de 3.228 kcal/dia. Registrou-se uma elevada ingestão calórica, com maior contribuição no sexo masculino (3.500,86 kcal). O consumo de alimentos ultraprocessados (AUP) contribuiu com 37,60% do total de calorias consumidas, sendo 160,91 kcal para o sexo feminino e 124,96 para o sexo masculino e os alimentos processados (AP) contribuiu com 33,59%, sendo 109,55 kcal para o sexo feminino e 150,41 para o sexo masculino. Entre os alimentos processados, as categorias com maiores contribuições calóricas foram salgados fritos, assados e resfriados (29,93%), bolos e sobremesas caseiras (19,78%), pão francês (18,96%) e preparações caseiras (16,45%). Para os alimentos ultraprocessados, as categorias com maiores contribuições calóricas foram pães, biscoitos e bolos (17,35%), doces em geral (15,03%), massas (13,88%) e “fast-foods” (13,62%). Verificou-se nos adolescentes com colesterol não-HDL elevado maior índice de conicidade [t(116) = -2,719; P = 0,008], maior relação cintura-quadril [t(111,823) = -2,146; P = 0,031], e maiores concentrações de triglicerídeos [U(117) = 2245,0; P < 0,001], colesterol total [t(115) = -11,363; P < 0,001] e colesterol não-HDL [t(116) = -11,111; P < 0,001] comparado aos adolescentes com colesterol não-HDL normal. Não houve diferença estatisticamente significante entre os adolescentes com colesterol não-HDL normal e elevado no estágio puberal, idade, índice de massa corporal (IMC) e demais variáveis antropométricas, renda familiar e ingestão de alimentos ultraprocessados. Em conclusão, evidenciou-se uma elevada frequência de consumo de AP e AUP nos adolescentes com sobrepeso/obesidade, com maior percentual no sexo masculino associadas com elevadas frequências de alterações nas concentrações de CT no sexo feminino e baixas concentrações de HDL-c em ambos os sexos. Importantes associações foram encontradas entre o colesterol não-HDL elevado  e  o  índice de conicidade, relação cintura-quadril e concentrações elevadas de triglicerídeos, colesterol total e colesterol não-HDL.


MEMBROS DA BANCA:
Interna - 2149611 - CLELIA DE OLIVEIRA LYRA
Interna - 2578592 - KARLA DANIELLY DA SILVA RIBEIRO RODRIGUES
Presidente - 1452705 - SEVERINA CARLA VIEIRA CUNHA LIMA
Notícia cadastrada em: 26/11/2019 08:42
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