diabetes mellitus, oxigenoterapia, infertilidade, morfologia testicular, imunohistoquímica.

O Diabete Mellitus (DM) caracteriza-se como um distúrbio metabólico e crônico, relacionado a problemas na produção, secreção e/ou utilização de insulina, sendo este hormônio responsável por regular a glicemia. Várias são as complicações evidenciadas em indivíduos diabéticos, desde neuropatias, cardiopatias, retinopatias, dentre várias outras, inclusive infertilidade. Os indivíduos do sexo masculino que vivem com DM, apresentam alterações em seu sistema reprodutor como distúrbios na espermatogênese, reduções de níveis de testosterona, aumento da apoptose das espermatogônias e espermatócitos, redução do número e mobilidade do espermatozoides, e alterações na distribuição de células de Leydig. Dentre as técnicas que podem prevenir ou atenuar os diversos danos causados pela DM no indivíduo, a oxigenoterapia hiperbárica (OTH) é considerada uma das mais promissoras. Nessa técnica, o oxigênio à 100% em pressões maiores que a do nível do mar ou uma atmosfera absoluta (ATA) possui papel influenciador do metabolismo oxidativo, assim possibilita a redução principalmente de edema e de processos inflamatórios, oferecendo benefícios relacionados a manutenção e/ou reparo tecidual como no caso da cicatrização de feridas. Este estudo tem como objetivo analisar a ação da oxigenoterapia hiperbárica na prevenção às alterações morfológicas testiculares de ratos diabéticos induzidos por estreptozotocina. Foram utilizados 28 ratos (Rattus norvegicus) da linhagem Wistar, machos (60 dias), pesando de 220-280g divididos em quatro grupos: C (animais normoglicêmicos), n= 7; C+OTH (animais normoglicêmicos submetidos à OTH), n= 7; DM (animais diabéticos) n= 7; D+OTH (animais diabéticos submetidos à OTH), n= 7. A DM foi induzida por estreptozotocina (40 mg/kg via intraperitoneal) e o tratamento com a OTH foi realizado durante seis semanas, em dias contínuos. Após tratamento os animais foram pesados e eutanaziados e tiveram os testículos coletados e pesados. Nos testículos coletados foi feita a análise histológica da integridade do tecido em lâminas coradas em Hematoxilina e Eosina, bem como análise morfométrica em lâminas coradas em azul de toluidina, e imunohistoquímica com imunomarcação para receptores de testosterona. O tratamento não foi capaz de reduzir a glicemia dos animais nem influenciou de forma positiva os parâmetros biométricos. Quanto aos parâmetros morfométricos, o tratamento não foi capaz de melhorar o tecido testicular, não havendo diferenças significativas entre os grupos diabético e D+OTH com relação à altura do epitélio, diâmetro dos túbulos seminíferos e diâmetro do lúmen. Foi observado um possível efeito deletério da OTH com relação à altura do epitélio seminífero, bem como no diâmetro do lúmen. Porém mais estudos são necessários para melhor compreender esse fenômeno. Não foi possível observar um aumento da disponibilidade dos receptores de testosterona nos animais tratados.