A ABORDAGEM DA VARIAÇÃO LEXICAL NAS AULAS DE PORTUGUÊS: UMA PROPOSTA DE ENSINO A PARTIR DO GÊNERO TEXTUAL MEME
Variação lexical. Lexicografia pedagógica. Meme. Pesquisa-ação.
Em diversas situações, não é incomum o professor de Língua Portuguesa se deparar com a dificuldade dos alunos em entender a diversidade linguística. Diante disso, aliando o ensino da língua materna ao uso das novas tecnologias, a presente pesquisa tem como objetivo principal investigar a variação lexical nas diferentes interações sociais encontradas no gênero textual meme como estratégia pedagógica inovadora para o ensino da LP. Dessa forma, pretendemos analisar como a variação lexical contribui para a criação de imagens preconceituosas; examinar como a variação lexical corrobora para a constituição do gênero meme e verificar como a variação lexical contribui para o humor nos memes. Para esta pesquisa, tomamos como base os pressupostos teóricos sociolinguísticos de Labov (2008), Bagno (2004, 2008, 2009) e Bortoni-Ricardo (2004); com relação à variação lexical Carvalho (2009), Isquerdo (2001), Basílio (2007); no tocante ao gênero textual meme, as considerações de Dawkins (1976), Moraes, Mendes e Lucarelli (2011), Guerra e Botta (2018), Recuero (2007) e sobre Lexicografia Pedagógica, Krieger (2012, 2017), Pontes e Santiago (2009), Santiago (2012), dentre outros. A pesquisa foi desenvolvida em uma turma de 7º ano do ensino fundamental de uma escola da rede estadual, no município de Parelhas/RN. Para tanto, adotamos os princípios da pesquisa-ação (THIOLLENT, 1986), uma vez que a problemática surgiu na sala de aula, devendo ser, portanto, investigada por parte das pessoas envolvidas – professora-pesquisadora e alunos – a partir de uma intervenção pedagógica que foi desenvolvida através de uma sequência didática, conforme Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004). Como resultados, buscamos criar condições para que os alunos pudessem entender a pluralidade sociocultural do português do Brasil, através da elaboração de um minidicionário de variações linguísticas, conscientizando-os quanto à heterogeneidade da Língua Portuguesa e mostrando que a sua diversidade deve ser respeitada de forma a combater o preconceito linguístico. Buscamos também desmistificar os conceitos de acerto e erro, ainda bastante persistentes no ensino de língua.