SATISFAÇÃO NO TRABALHO E ADOECIMENTO ENTRE OS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
Satisfação no trabalho; Profissionais da enfermagem; Hospitais Universitários.
Os setores de trabalho têm passado por mudanças devido às inúmeras transformações socioeconômicas, inovações tecnológicas, globalização e desenvolvimento das organizações. O bom desempenho dos trabalhadores pode ser influenciado por diversos fatores comportamentais, entre eles, a satisfação no trabalho, entendida como um vínculo afetivo do trabalhador com o seu trabalho. Estar satisfeito com o trabalho pode ter consequências positivas não só no âmbito profissional, mas também influenciar na vida social, na saúde física e psíquica do trabalhador. A insatisfação, por sua vez, pode ser associada ao adoecimento e mal estar nos contextos laborais. A presente investigação teve por objetivo realizar um diagnóstico sobre a satisfação no trabalho, considerando seus fatores determinantes e efeitos sobre a saúde mental (ocorrência de transtornos mentais comuns - TMC), dos profissionais de enfermagem lotados no Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN. O estudo do tipo transversal e descritivo utilizou uma abordagem quantitativa, sendo a coleta de dados realizada por meio de questionários visando à identificação do perfil sócio demográfico e funcional, bem como a averiguação da satisfação no trabalho e da incidência de transtornos mentais comuns (TMC), sendo os dados analisados utilizando-se estatística descritiva e inferencial. Constatou-se haver no grupo estudado níveis moderados de satisfação com o trabalho, sendo o fator “Satisfação com o Ambiente Físico de Trabalho” o aspecto menos propenso a trazer insatisfação, enquanto a “Satisfação com as Relações Hierárquicas” configurou-se como determinante para a insatisfação dos trabalhadores. Os resultados evidenciaram, também, a ocorrência de TMC em 92,47% dos profissionais. Ao relacionar os fenômenos satisfação e adoecimento, observa-se haver uma correlação baixo-moderada, indicando que os profissionais de enfermagem que estão com a satisfação intrínseca deteriorada, provavelmente têm 6,52 chances de manifestar algum transtorno. Sugere-se ampliar a discussão sobre a organização do processo de trabalho visando melhorias no gerenciamento e maior participação e valorização dos profissionais da enfermagem, de modo a promover maior satisfação e bem-estar do trabalhador e, consequentemente, melhor atendimento aos usuários do serviço.