Banca de DEFESA: FABIANA DE SOUZA LEAO

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : FABIANA DE SOUZA LEAO
DATA : 28/12/2022
HORA: 14:00
LOCAL: VIDEOCONFERÊNCIA
TÍTULO:
Contribuições da Antroposofia para a Gestão Organizacional: uma análise do fenômeno social Escola Waldorf Rural Turmalina(EWRT)

PALAVRAS-CHAVES:

Antroposofia, Gestão Organizacional, Escola Waldorf Rural.


PÁGINAS: 80
RESUMO:

A presente pesquisa aborda a visão da Antroposofia, enquanto ‘‘Ciência Espiritual’’, cocriada pelo filósofo austríaco Rudolf Steiner no início do século XX, para a espiritualização da gestão organizacional contribuindo para seja mais livre, justa e fraterna. Nessa perspectiva há um encorajamento dos sujeitos membros do organismo vivo a se autodesenvolverem e serem mais altruístas, cooperativos e solidários. Exercitando a constante busca pelo conhecimento de si mesmo, na medida em que assume responsabilidade e realiza atividades que são do interesse da comunidade. A ênfase passa a ser no Social por meio de um Individual fortalecido, pleno, autêntico. As diretrizes organizacionais estão pautadas na autogestão, em decisões tomada em grupo e de modo colegiado e em uma incipiente sociocracia. O estudo baseia-se no ideal de Trimembração Social pautado na Liberdade no âmbito cultural, na Igualdade nas relações jurídico-políticas e na Fraternidade, base de numa economia pautada em relações de troca mais solidárias e fraternas. Rudolf Steiner preconiza que a Trimembração Social só vem ser praticada e compreendida primeiramente na iniciativa social da escola Waldorf. Formando crianças e jovens com o alimento anímico de que necessitam. Assim, os ciclos de vida do desenvolvimento humano é caracterizado por períodos demarcadamente de 7 em 7 anos. Dos 0 aos 7 anos, há uma formação do ser humano de que o mundo é bom. Dos 7 aos 14 anos, o mundo é belo. E dos 14 aos 21 anos, o mundo é verdadeiro. Desse modo, o objetivo é compreender contribuições da Antroposofia para a Gestão Organizacional na escola Waldorf Rural Turmalina. Tendo como questão norteadora: até que ponto as premissas antroposóficas contribuem para uma gestão mais livre, igualitária e fraterna? Quanto ao método, o estudo é descritivo e exploratório realizado por meio do método da observação fenomenógica de Goethe. A tese foi elaborada no estilo ensaístico e na perspectiva da autoetnografia. A partir disto, o fenômeno social foi observado em seu fluxo e dinâmica. Sendo considerado os seguintes ciclos de vida: desde a germinação(em 2015), surgimento(2016), crescimento(2017 e 2018), amadurecimento(2018 e 2019), fenecimento(2020/2021), morte e ressignificação(2021), e ressurreição(2022). Assim, constituindo um fenômeno social, a organização é compreendida enquanto um organismo vivo. Sendo analisado de modo similar ao utilizado para desvendar o ‘‘fenômeno natural’’. O estudo buscou ao longo de 7 anos a compreensão da ‘‘planta primordial’’ ou essência, substrato, o ‘‘Atman’’(ou o ‘‘Eu Superior’’) do organismo social. Um primeiro passo foi a caracterização física do organismo vivo trimembrado. Foram analisadas, assim, as dimensões físicas e o modo como se apresenta estruturalmente a organização, tais como: estrutura organizacional, quadro funcional, quantidade de famílias membros, entorno pedagógico etc. Um segundo passo, foi analisar a dinâmica, o ritmo e os fluxos organizacionais. De que modo são estabelecidas as rotinas, métodos, regras e até que ponto os membros se sentem envolvidos e comprometidos com as decisões tomadas grupo e de modo colegiado. Esses aspectos foram analisados por meio de observação participante em reuniões do Anel de Gestão Compartilhada, Assembléias Gerais e análise de 13 entrevistas semiestruturadas realizadas de modo online por meio de formulário do Google. As 20 questões do instrumento de coleta estão fundamentadas nos aspectos teóricos antroposóficos de análise da caracterização do organismo vivo e consideram categorias de análise que são as seguintes dimensões trimembradas: pensar-sentir-querer, sono-sonho-vigília, simpatia-empatia-antipatia; e, além disso, a análise dos principais acontecimentos ao longo do 1o setênio de vida, dos 0 aos 7 anos, de 2015 a 2022. Conclui-se que nas relações ainda predomina o egoísmo, o Individualismo e os impulsos antissociais. Gerando apatia, descompromisso, falta de envolvimento em atividades em grupo, aumento do índice de inadimplência, absenteísmo nos eventos e nas aulas, saída como membro da comunidade com retirada do filho ou filha da escola. Em contrapartida, as decisões nas mais diversas esferas da comunidade são tomadas em grupo, de modo colaborativo e colegiado. A organização encontra-se estruturada de modo horizontal, prevalecendo a autogestão e a sociocracia. Na comunidade escolar investigada não há um(a) diretor(a) mas atores sociais autônomos que assumem e fazem as tarefas sozinhos, se organizam em duplas ou em equipes pequenas, ou até mesmo em grupos maiores para o planejamento, acompanhamento, execução e avaliação de atividades rotineiras e eventuais dependendo das demandas que surgem. Ao todo o organismo vivo é constituído por 130 famílias, todas de algum modo ou de outro, estimuladas à atuação direta ou indireta na gestão. Divididas em mantenedora, conselho gestor, delegações, comissões, grupos de trabalho(GTs), mutirões e liderança de sala. A gestão até certo ponto é de portas abertas. Mas algumas instâncias ainda não se abriram para acolher os novos pais e mães que se inscreveram a participar. Há, no geral, ambiente propício para o autodesenvolvimento a partir de relações interpessoais saudáveis, com respeito, amor e confiança. A vida financeira da instituição está prejudicada devido ao alto índice de inadimplência e saída de algumas famílias da escola devido à perda significativa no orçamento familiar ocasionado, sobretudo, pela retração na economia durante o período pandêmico. Na estrutura organizacional, houve uma forte presença de conflitos, o nível de confiança e senso de coerência. Assim, no organismo vivo trimembrado em análise apresenta-se o desafio de conseguir estabelecer no âmbito da Filosofia e da Cultura, relações mais livres, espontâneas, autênticas; (no âmbito do Direito, dimensão político-jurídica, relações mais inclusivas e igualitárias; no âmbito da Economia, relações altruístas, fraternas, amorosas. Pautadas na confiança, no senso de coerência e no livre arbítrio. Visando a conquista do predomínio do impulsos sociais sob o impulsos antissociais no ser humano.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - ROSANA LUCILLE BASSINELLO SARAIVA - PUC - SP
Interna - 1149369 - ANATALIA SARAIVA MARTINS RAMOS
Externo à Instituição - FERNANDO GOMES DE PAIVA JÚNIOR - UFPE
Externo ao Programa - 1149626 - MAURO LEMUEL DE OLIVEIRA ALEXANDRE - nullPresidente - 1169358 - WASHINGTON JOSE DE SOUSA
Notícia cadastrada em: 17/12/2022 08:36
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