Banca de DEFESA: LIGIA MARIA RODRIGUES DE MELO

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: LIGIA MARIA RODRIGUES DE MELO
DATA: 28/02/2012
HORA: 08:30
LOCAL: Sala de Reuniões CONSEC, 2º andar do CCS - UFRN
TÍTULO:

RESISTOTIPAGEM E TRANSFERÊNCIA GENÉTICA DOS PLASMÍDIOS  DE RESISTÊNCIA ENTRE COLIFORMES E VIBRIOS POTENCIALMENTE PATOGÊNICOS PARA O HOMEM,  ISOLADOS   DE  CAMARÃO (LITOPENAEUS  VANNAMEI) COMERCIALIZADO NA CIDADE DE NATAL- RN.


PALAVRAS-CHAVES:

Litopenaeus vannamei, multirresistência, coliformes, Vibrio, Aeromonas.


PÁGINAS: 87
GRANDE ÁREA: Ciências Biológicas
ÁREA: Imunologia
RESUMO:

Cinqüenta amostras de camarão fresco do tipo Litopenaeus vannamei foram coletadas em diferentes pontos de comercialização na cidade de Natal – Rio Grande do Norte (RN). Laboratorialmente as amostras foram maceradas em um gral estéril e 25 gramas foram colocadas em 225mL de água peptonada alcalina contendo 1% de NaCl e 25mL foram semeados em 225mL de caldo lactosado, para pesquisa de coliformes. Os macerados foram incubados a 37ºC por 24 horas. Do macerado em água peptonada foi feita semeadura no Agar Tiossulfato Citrato Sais Biliares (TCBS), para isolamento dos Vibrio e Aeromonas, incubados a 37ªC por 24 horas. Do macerado em caldo lactosado foi feita semeadura no Agar Eosina Azul de Metileno (EMB), para isolamento de coliformes. Das 50 amostras de camarão foram isoladas 102 cepas sendo 91 (89,2%) pertencentes ao gênero Vibrio e  TIO 11 (10,8%) ao gênero Aeromonas.  Destaca-se que nos isolados do gênero Vibrio houve predominância de Vibrio cholerae não O1/não O139 (24,52%), Vibrio alginolyticus (18,63%), Vibrio carcharie (15,69%) e Vibrio parahaemolyticus (9,80%) Kanagawa negativos, afora outros vibrios, com uma menor participação. Cinco espécies pertencentes ao gênero Aeromonas foram identificadas: A. veronii biogrupo sóbria , A. jandaei, A. schubertii, A. veronii biogrupo veronii e A. hydrophila. Todas as amostras caracterizadas bioquimicamente foram resistotipadas pelo método de Kirby & Bauer frente aos seguintes antimicrobianos: ampicilina, nitrofurantoína, tetraciclina,  cloranfenicol,  amicacina,  ciprofloxacina,  sulfazotrim,  ácido nalidíxico  e  gentamicina.  Das  102  cepas, 11  foram  sensíveis  a  todos  os antimicrobianos, sendo 9 de Vibrio cholerae não O1/ não O139 e 2 de Aeromonas jandaei. Noventa e nove por cento dos isolados foram sensíveis ao NAL e a GEN. O perfil de monorresistência aos antimicrobianos testados foi verificado em 33 cepas, sendo 6 resistentes à amicacina, 24 à ampicilina, 1 ao sulfazotrim e 2 a tetraciclina. A menor eficiência entre os antimicrobianos foi da AMP (57,8% de resistência) seguida da AMK (29,4%) e TCY (21,6%). A AMK foi o antimicrobiano com o maior percentual de cepas (41,2%) apresentando o perfil intermediário, seguido de CIP( 25,5%) e AMP (20,6%). As 39 cepas multirresistentes se distribuíram em 10 perfis distintos, sendo que um deles estava constituído de cinco marcos (AMP, CHL, NIT, SXT e TCY) albergados por um dos isolados de Vibrio carcharie de camarão, adquirido em supermercados. Dentre os outros perfis, destacam-se os constituídos pelos marcos AMK/AMP, AMP/TCY e AMK/AMP/TCY, que se distribuíram nos 28 isolados representados pelas espécies V. alginolyticus, V. carcharie, V. cholerae não O1 e não O139, V. parahaemolyticus, Vibrio spp., V. harveyi, V. cincinnatiensis e A. veronii biogrupo sóbria, A. veronii  biogrupo veronii, A. hidrophyla e Aeromonas spp. O índice da ocorrência de múltipla resistência a antimicrobianos (MAR), nas 39 cepas de vibrios e aeromonas isoladas dos camarões variou de 0,28 a 0,42, sugerindo que essas cepas são de risco na transferência e difusão da resistência na cadeia alimentar. Treze (˃50%) de 24 cepas multirresistentes e com resistência intermediária escolhidas aleatoriamente, perderam totalmente a resistência e 7 perderam parcialmente, após  a cura plasmidial com Acridina Orange. O maior percentual de perda da resistência ocorreu nas cepas de V. cholerae não O1 e não O139 (6 cepas) e talvez esse resultado possa explicar o maior número de cepas sensíveis nos 25 isolados pela perda natural de plasmídeos. E dentre as 24 cepas com perfil de resistência e/ou resistência intermediária a mais de um antimicrobiano, as perdas após a cura se concentraram nos marcos de resistência à AMP (13 cepas), AMK (11), TCY(8) e CIP(2). Com relação as cepas de coliformes, a Escherichia coli foi a mais freqüente, seguida de Citrobacter sp, isoladas em 50% e 34% das amostras respectivamente. A ampicilina (AMP) foi o antimicrobiano menos eficaz, seguido da tetraciclina (TCY). As 11 cepas multirresistentes se distribuíram em 11 perfis distintos, um deles constituído de cinco marcos (AMP, NIT, TCY, CHL, SXT), albergados por uma cepa de Klebsiella sp, também isolada de amostra de camarão adquirida em supermercado, semelhante aquela apresentada pelo V. carcharie, citado anteriormente. Outros perfis também se destacam, constituídos pelos marcos, AMP/TCY/SXT/NAL, AMP/NIT/SXT/NAL, TCY/SXT/NAL, NIT/TCY/SXT, apresentados pelas espécies Enterobacter sp, Klebsiella sp, Escherichia coli e Citrobacter sp, respectivamente. Conclui-se que, os camarões marinhos frescos e refrigerados, comercializados em Natal-RN estão contaminados com coliformes, vibrios e aeromonas multirresistentes a antimicrobianos comumente utilizados na terapia humana e que possivelmente a transferência de genes de resistência a esses antimicrobianos entre essas bactérias, é feita através da cadeia alimentar, constituindo assim um sério problema de saúde pública.  Este estudo mostra o risco de transferência desses marcos de resistência bacteriana aos seres humanos pelo consumo de produtos da aqüicultura.


MEMBROS DA BANCA:
Externo ao Programa - 347528 - ANGELA MARIA SOARES CARDONHA
Externo à Instituição - CÍCERO ROMÃO GADÊ NETO - UnP
Externo à Instituição - ERNESTO HOFER - Fiocruz - RJ
Interno - 1149398 - EVELINE PIPOLO MILAN
Externo à Instituição - REGINE HELENA SILVA DOS FERNANDES VIEIRAS - UFC
Notícia cadastrada em: 14/02/2012 13:01
SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação - (84) 3342 2210 | Copyright © 2006-2024 - UFRN - sigaa09-producao.info.ufrn.br.sigaa09-producao