O ATENEU E A NOSTALGIA DA FORMA
O Ateneu, de Raul Pompéia. Literatura Brasileira. Crítica e interpretação. Ensaio. Teoria da Literatura. Estética barroca.
No amplo e controverso panorama cultural do século XIX (precisamente entre 8 de abril e 18 de maio de 1888), a Gazeta de Notícias do Rio de Janeiro lançou em série um dos romances mais complexos da Literatura Brasileira (que entre nós poderia, antes mesmo de Guimarães Rosa, repetir o aforismo joyceano de romance que “acabaria” com outros romances”, ou melhor, que problematiza em si a própria técnica da ficção moderna): O Ateneu, de Raul d’Ávila Pompéia. A trajetória de Sérgio é simples, simples cujos labirintos nos requerem, outrossim, adentrá-los primeiro com a fé cega das paixões em busca do velo de ouro atrás de corredores que aos poucos se revelam signos da projeção universal de uma grande alegoria. Sob o disfarce da verossimilhança, logo se nos revela essa mesma vida já como ficção, projetada agora no espelho universal onde ganha cena e se fragmenta em uma espécie de comunicação metamórfica entre a realidade e a fábula; Sérgio e o Outro; o tempo narrativo e as fontes arquetípicas desta “crônica de saudades”.