A BRASILIDADE... NORDESTINA EM CATIMBÓ, DE ASCENSO FERREIRA, E NO LIVRO DE POEMAS, DE JORGE FERNANDES
Catimbó; Brasilidade; Tradição; Modernismo; Regionalismo.
O presente estudo analisa o tema da brasilidade sob a tradição da ruptura (Octávio Paz) no Modernismo da década de 20 e como foi traduzido no livro de poemas Catimbó, de Ascenso Ferreira (1927) considerado por Mário de Andrade (1928) a contribuição mais original ao modernismo brasileiro daquele decênio. A referida obra é ambientada na década de 20 do século passado, momento em que as diretrizes conceptuais do modernismo e do regionalismo encontram terreno propício para a criação da moderna poesia brasileira numa conjunção de elementos em que estão presentes os vários componentes da cultura nacional, dando destaque para aqueles que representam o universo da brasilidade, tradição, nacionalismo e cultura popular. Nesse sentido, a produção literária de Ascenso Ferreira encontra na cultura popular, na oralidade e na tradição os traços que compõem essa poesia limite com a música, cuja sonoridade remete aos batuques dos maracatus de origem afro-brasileira sincretizados aos elementos ameríndios e cristãos. Temas que remetem as expressões da cultura local, como também ao universalismo dos sentimentos e dores humanas entremeados pelas vozes da coletividade.Para Azevedo (1984), o poeta Ascenso Ferreira criou a “brasilidade... nordestina”. Sendo assim, o estudo tem como aporte teórico os trabalhos desenvolvidos por Candido (1995), Azevedo (1984), Araújo (1995), Andrade (1979), Perrone-Moisés (2007) e Ferreira (2008), cujas análises servem para o entendimento da emblemática década de 20, alicerce das mudanças que se sucedem no cenário cultural brasileiro nas décadas seguintes. Busca-se, ainda, uma intersecção entre a poesia do pernambucano com Clã do Jabuti(1927), de Mário de Andrade, e o Livro de Poemas, de Jorge Fernandes(1927), ambos lançados no mesmo ano e voltados para a questão da brasilidade.