PÓS-ROMANTISMO E MODERNIDADE NA LÍRICA DE PALMYRA WANDERLEY: do sentimentalismo à dispersão do eu em Roseira brava.
Palmyra Wanderley, lírica, sociedade, Romantismo tardio, Modernismo.
O livro Roseira brava, de Palmyra Wanderley, escritora norte-rio-grandense, foi publicado pela primeira vez em 1929. Em seus versos, a autora apresenta tendências nas quais se destacam características tardias do Romantismo, mas também deixa antever traços da estética modernista. Para analisar seus versos, primeiramente, buscou-se contextualizar o espaço social e biográfico da escritora, visto que são elementos necessários à compreensão dos significados evocados no texto literário. Além disso, buscou-se pesquisar as tendências românticas e modernas a fim de analisar, sob a ótica da teoria do pós-romantismo, segundo Antônio Cândido, em contraponto com os aspectos presentes no movimento modernista, a obra da poetisa em questão. Como caminho metodológico para este estudo, cujo objetivo maior é analisar a obra da escritora inserida no contexto literário do Rio Grande do Norte, escolheu-se privilegiar os poemas a partir das temáticas recorrentes na referida obra: a religiosidade presente em seus versos, que, muitas vezes, dialoga com o profano; o sentimentalismo presente no amor romântico; a cidade Natal, revelada em mais de 15 poemas; e a natureza do Rio Grande do Norte revestida da cor sensual. Os versos de Palmyra Wanderley, de modo geral, apontam para a natureza de uma mulher de um tempo definido e de um espaço marcado, que transpôs barreiras e marcou presença em uma cena literária exemplarmente masculina, por meio de seus versos, que se polarizam e se intermedeiam entre a tradição romântica do passado e as possibilidades modernistas do seu futuro.