ENTRE CALÍOPE E CLIO: A ORALIDADE EM LIVROS DIDÁTICOS DE PORTUGUÊS E HISTÓRIA DO NONO ANO
PALAVRAS-CHAVE: Livro didático – Gêneros discursivos – Oralidade.
Este trabalho teve como objetivo analisar a presença dos gêneros discursivos orais em quatro livros didáticos do 9º ano, que são subdivididos da seguinte forma: dois livros de Língua Portuguesa e dois livros de História. A investigação foi realizada a partir de análise do texto escrito, com o objetivo de problematizar como os referidos manuais tratam a oralidade em atividades propostas. Para conduzir a reflexão sobre o trabalho com esses gêneros discursivos orais e como evidenciam a abordagem da oralidade como objeto de aprendizagem, partimos dos seguintes autores: Bakhtin (2011), Vieira (2007) e Dolz; Schneuwly, Pietro, Zahnd, (2011). Com base nesses estudos, constatamos que a presença da oralidade no livro didático ainda apresenta limitações, porém apresenta avanços em comparação a um passado não muito distante em que a oralidade estava relegada ao ostracismo ou apenas restrita à orientação de que a atividade poderia ser realizada por meio da fala. Entendemos que passados mais de quinze anos da publicação dos Parâmetros Curriculares de Língua Portuguesa (1998), os livros didáticos de Língua Portuguesa iniciam um trabalho com atividades que estimulam o diálogo e promovem oportunidades de reflexão sobre o uso de estratégias que orientam e potencializam a habilidade oral no ensino dos gêneros (formais e informais) para promover uma interação que passe pela escuta e pela fala do outro. Ademais, os livros de História apresentam alguma sistematização especificando alguns gêneros discursivos orais, em algumas atividades, e tenta preparar o aluno para a lida com uma oralidade mais formal. Assim, corrobora-se o entendimento de que ensinar a ler, a escrever, a falar e a escutar é dever de todas as áreas.