O devaneio de Bartolomeu Campos de Queirós em ‘O olho de vidro do meu avô’
Bartolomeu Campos de Queirós, Olhar, Bachelard, Imaginário.
Partindo da novela “O olho de vidro do meu avô”, de Bartolomeu Campos de Queirós, atravessamos a camada mais sinuosa do discurso onírico para alcançar as dimensões do imaginário narrativo. Para tanto, lançamos mão do devaneio bachelardiano como chave especulativa para investigar a imaginação como parte de um universo arquétipo sublimado. Esse universo perpassa duas causas principais: uma formal e outra material. Como matéria formal, reconstruímos a forma “olho” através de suas manifestações sensitivas: do tato ao olfato, do olfato ao sabor, do sabor à audição, da audição à visão, da visão de volta ao tato. Pela epifania sinestésica, especulamos sobre a forma inacadada, mas também abrimos à possibilidade de uma busca pela matéria, pala causa primeira do imaginário na novela. Investigamos então as quatro matérias (fogo, água, ar e terra) como poética de imagens, reconfiguradas por Bartolomeu Campos de Queirós, tendo como pressuposto teórico a fenomenologia de Gaston Bachelard.