Banca de DEFESA: RAFAEL AGUIAR MOURA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: RAFAEL AGUIAR MOURA
DATA: 30/03/2015
HORA: 14:00
LOCAL: setor 2, bloco C, sala 4
TÍTULO:

Padrões de ordenação de constituintes das construções V2/V3 superficiais em cartas pessoais brasileiras dos séculos 19 e 20


PALAVRAS-CHAVES:

Construções V2/V3 superficiais; Cartas Pessoais; Português Brasileiro; Sintaxe Diacrônica.



PÁGINAS: 120
GRANDE ÁREA: Lingüística, Letras e Artes
ÁREA: Lingüística
SUBÁREA: Lingüística Histórica
RESUMO:

Em consonância com o modelo de competição de gramáticas (KROCH, 1989; 2001), segundo o qual a mudança nos domínios sintáticos constitui um processo que se desenvolve via competição entre diferentes gramáticas, descrevemos e analisamos as construções V2/V3 superficiais em orações matrizes/raízes de cartas pessoais brasileiras dos séculos 19 e 20. O corpus, composto 154 por cartas pessoais do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Norte, está dividido em três metades de século: (i) segunda metade do século 19; (ii) primeira metade do século 20; e (iii) segunda metade do século 20. O nosso foco foi a observação da natureza dos constituintes pré-verbais em construções V2 (verbo em segunda posição na sentença) e V3 (verbo em terceira posição na sentença) superficiais (com um ou mais constituintes em posição pré-verbal), com uma atenção especial sobre o posicionamento do sujeito. Embasados nos diversos estudos diacrônicos acerca dos padrões de ordenação do Português (Ambar (1992); Ribeiro (1995, 2001); Paixão de Sousa (2004); Paiva (2011); Coelho e Martins (2009, 2012), nosso estudo procurou constatar quais são os padrões empíricos da ordenação que envolvem as construções V2/V3 superficiais e como esses padrões se estruturam sintaticamente dentro de uma perspectiva teórica formal (CHOMSKY, 1981; 1986), mais especificamente, em conformidade com os estudos de Antonelli (2011) e de Costa e Galves (2001). Os resultados da pesquisa mostram que os dados da segunda metade do século 19, – diferentemente dos dados da primeira e da segunda metade do século 20 – apresentam um maior equilíbrio em relação à natureza sintática do constituinte pré-verbal (contíguo ou não), de forma que, nesse período, a ocorrência de ordens com o sujeito em posição pré-verbal chega a, no máximo, 52% (231/444 dados); enquanto que, nos 48% (213/444 dados) restantes, os constituintes pré-verbais são representados por um constituinte não sujeito, quase sempre um adjunto adverbial. Diante dos resultados, advogamos que as cartas pessoais brasileiras do século 19 apresentam padrões de ordenação associados a um sistema V2 e a um sistema SV, configurando, portanto, um possível processo de competição entre diferentes gramáticas que instanciam ou um sistema V2 ou um sistema SV. Ou seja, as cartas brasileiras do século 19 instanciam uma competição entre a gramática do Português Clássico (um sistema V2) e as gramáticas do Português Brasileiro e do Português Europeu (um sistema SV). Logo, esse período está sujeito à realização de duas marcações paramétricas distintas: (i) verbo movido até o núcleo Fin (gramática do Português Clássico) e (ii) verbo movido até o núcleo T (cf. gramática do Português Brasileiro/Português Euripe). Por outro lado, nas cartas pessoais do século 20 (primeira e segunda metades), há um notório aumento dos padrões de ordenação associados ao sistema SV, que se mostra mais estável.



MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1717429 - MARCO ANTONIO MARTINS
Interno - 1451510 - MARIA ALICE TAVARES
Interno - 1298209 - SHIRLEY DE SOUSA PEREIRA
Externo à Instituição - IZETE LEHMKUHL COELHO - UFSC
Notícia cadastrada em: 02/03/2015 15:10
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