A VIVÊNCIA DE PERDAS E LUTOS DE MÉDICOS/AS PALIATIVISTAS E SUAS IMPLICAÇÕES PARA OS CUIDADOS PALIATIVOS
morte; luto; cuidados paliativos; médico, cuidado humanizado.
Os Cuidados Paliativos (CP) são uma abordagem que visa melhorar a qualidade de vida de pacientes e familiares diante de doenças potencialmente letais, aliviando o sofrimento físico, psicossocial e espiritual. O aumento do envelhecimento populacional e das doenças crônicas levou à crescente necessidade de CP em todo o mundo. Profissionais que atuam em contextos de Cuidados Paliativos ou em contato frequente com a morte e o morrer podem experimentar sensações de impotência e frustração, o que pode comprometer seu estado físico, mental, emocional e mesmo espiritual. O luto é um fenômeno complexo e sua vivência pode ser influenciada por fatores culturais e religiosos. O luto profissional, experimentado por profissionais de saúde que cuidam de pacientes em fim de vida, pode resultar em estresse acumulado se não for adequadamente reconhecido e expresso. Nos CP, o vínculo médico-paciente é incentivado e valorizado - e desde que haja vínculo, há possibilidade de enlutamento. No entanto, são ainda escassos os estudos sobre a possibilidade e experiência de enlutamento de médicos por ocasião da morte de seus pacientes. Este estudo objetiva compreender os processos de perdas e lutos na vivência de médicos(as) paliativistas e suas implicações para o cuidado dos pacientes e suas famílias em seu contexto de atuação profissional. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, ancorada na hermenêutica gadameriana para a composição de seu quadro teórico e análise das narrativas. Os participantes foram três médicos (as) palativistas e para a aproximação da experiência em foco foram utilizadas a entrevista narrativa e o diário de afetações. Os resultados preliminares indicam a relação dos profissionais com a espiritualidade em suas atuações em CP, como aspecto do cuidado de si, auxiliando no cuidado ao outro.