Envolvimento das reações hidrolíticas na deterioração das sementes de Moringa oleifera Lam. durante o armazenamento
Envelhecimento natural; Qualidade de sementes; Marcadores bioquímicos; Reações de deterioração.
Este trabalho almejou investigar o envolvimento das reações hidrolíticas na perda da qualidade de sementes Moringa oleifera Lam. (moringa) durante o armazenamento sob condições controladas. Para tanto, as sementes foram em acondicionadas em embalagens plásticas semipermeáveis e foram armazenadas em câmara de crescimento (27 ± 2ºC e UR de 65%) e em refrigerador (4 ± 2ºC e UR de 25%) por 18 meses. As coletas foram realizadas antes do armazenamento e a cada três meses. Foram avaliados o teor de água das sementes, a porcentagem e o tempo médio de germinação, o comprimento e a massa seca de plântulas, o conteúdo de lipídios neutros, amido, proteínas solúveis, açúcares solúveis totais e não redutores e aminoácidos livres totais, além da atividade de lipases, amilases e proteases ácidas. Apenas nas sementes armazenadas em refrigerador, não houve alterações significativas no teor de água, na viabilidade e no vigor, assim como não ocorreu diminuição do conteúdo de lipídios neutros, amido, açúcares solúveis totais e não redutores e aminoácidos livres totais, ao final de 12 meses. O conteúdo de proteínas solúveis diminuiu progressivamente ao longo do tempo, independente do ambiente de armazenamento. A partir dos 15 meses, a diminuição da viabilidade e do vigor foi acompanhada pela redução do conteúdo de lipídios neutros, proteínas solúveis, açúcares solúveis totais e açúcares não redutores e pelo aumento da atividade de lipases e proteases ácidas, nas sementes conservadas em câmara de crescimento e em refrigerador. Discute-se o papel da hidrólise enzimática e não enzimática na deterioração das reservas nutritivas ao longo do envelhecimento natural. Pelo menos para fins de plantio, recomenda-se que as sementes de moringa sejam armazenadas em ambiente refrigerado com baixa UR por até 12 meses.