TRABALHANDO EM LINHA DE FRENTE NA PANDEMIA DA COVID-19: formas de enfrentamento e repercussões na saúde dos profissionais da saúde
Estratégias de Enfrentamento. Profissionais de saúde. Infecções por Coronavirus. Pandemias. Doenças Profissionais.
As estratégias de enfrentamento diante da pandemia ocasionada pela doença causada pelo vírus sars-cov-2 (COVID-19) realizadas pelos profissionais de saúde ainda estão pouco elucidadas na literatura, apesar dos mais diversos tipos de estudos já realizados acerca do tema. Descrevê-las e interpretá-las, numa perspectiva qualitativa e não previamente determinada, é de fundamental importância e se faz necessário para compreensão do que ocorreu e vem ocorrendo. O cenário exige um levantamento, a curto, médio e longo prazo, de estratégias de prevenção e proteção dos profissionais diante do risco iminente de adoecimento, comprometimento da saúde, perda da qualidade de vida e da capacidade laborativa, considerando ainda as consequências para os serviços de saúde e para a população. Esta pesquisa tem como questão norteadora: como é trabalhar como profissional de saúde na linha de frente assistencial na pandemia da COVID-19, quais as formas de enfrentamento que esse trabalho exige e quais repercussões desse trabalho na saúde dos profissionais? O pesquisador principal atuou como profissional enfermeiro na linha de frente dentro de um setor COVID-19, situação que despertou a busca pelo entendimento do sofrimento causado por esta doença. O objetivo principal foi compreender como ocorre o trabalho dos profissionais da saúde assistenciais linha de frente durante a pandemia da COVID-19 na perspectiva das formas de enfrentamento e da repercussão na saúde dos trabalhadores envolvidos. Trata-se de uma pesquisa qualitativa que tem como referencial metodológico a Teoria Fundamentada nos Dados na abordagem estruturalista de Strauss e Corbin. O Hospital Universitário Onofre Lopes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte foi o cenário da pesquisa. Foi realizada uma amostragem teórica da população de profissionais enfermeiros, fisioterapeutas, médicos e técnicos de enfermagem, com divisão em dois grupos amostrais iniciais: profissionais de saúde que atuaram na linha de frente da pandemia COVID-19 e outro com os gestores dos setores COVID-19 da instituição cenário do estudo. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas em profundidade, que foram realizadas de forma presencial dentro da instituição e on-line via Google Meet, conforme a disponibilidade e preferência dos participantes, no total foram realizadas 24 entrevistas, sendo seis gestores, nove enfermeiros, quatro médicos, um fisioterapeuta e quatro técnicos de enfermagem. A análise dos dados foi realizada por meio da codificação aberta, axial e seletiva, com uso do programa Atlas Ti 9.0. Os resultados alcançados foram divididos em cinco categorias conforme as circunstâncias paradigmáticas, condições, ação/interação e consequências, respectivamente: trabalhando na assistência durante a pandemia por agente de alta transmissibilidade; enfrentando as adversidades de trabalhar na assistência durante a pandemia da COVID-19; relacionando-se com pessoas envolvidas no cuidado aos pacientes com COVID-19; lidando com o impacto do trabalho na própria saúde e por última, alcançando ensinamentos e vencendo as adversidades do trabalhar na pandemia. A discussão se encontra em desenvolvimento. Como perspectiva de conclusões temos uma revisão dos códigos, detalhamento diagramático do método e estabelecimento das relações entre as categorias, em busca de uma teorização que represente de modo fidedigno o fenômeno em estudo.