Banca de DEFESA: NAYARA PRISCILA DANTAS DE OLIVEIRA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : NAYARA PRISCILA DANTAS DE OLIVEIRA
DATA : 25/09/2020
HORA: 09:00
LOCAL: Ambiente Virtual
TÍTULO:

Desigualdades no diagnóstico e mortalidade por câncer de mama e colo do útero no Brasil


PALAVRAS-CHAVES:

Epidemiologia; Câncer de colo do útero; Câncer de mama; Determinantes sociais da saúde; Desigualdades em saúde.


PÁGINAS: 200
RESUMO:

Os cânceres de mama e colo do útero destacam-se entre os tipos oncológicos femininos com elevadas taxas de incidência e mortalidade, que apresentam consideráveis diferenças regionais. A discussão sobre as desigualdades no diagnóstico e morte por câncer de mama e colo do útero possibilita a compreensão destas doenças a nível individual e populacional. A presente tese teve o objetivo de analisar o estadiamento e a mortalidade por câncer de mama e colo do útero e sua relação com o contexto socioeconômico e de oferta de serviços de saúde no Brasil. Foram desenvolvidos cinco estudos observacionais, sendo um do tipo ecológico clássico, dois estudos transversais e dois do tipo ecológico de análise espacial. Os dados sobre mortalidade foram coletados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). Os dados individuais relacionados ao diagnóstico do câncer foram obtidos do Integrador dos Registros Hospitalares de Câncer (RHC). As variáveis socioeconômicas contextuais foram coletadas no Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, e os dados sobre a oferta de serviços de saúde no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), no Sistema de Informações Ambulatoriais de Saúde (SIA-SUS) e na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A análise da mortalidade foi realizada por meio da Regressão de Poisson com variância robusta. Para análise do estadiamento avançado foi realizado o modelo de Regressão de Poisson Multinível, com intercepto aleatório. Na análise espacial foi utilizado o índice de Moran Global e Indicador Local de Associação Espacial (LISA) e os modelos com efeitos espaciais globais. Os principais resultados foram: (1) A taxa média de mortalidade por câncer do colo do útero foi de 5,95 (±3,97) e a taxa média de mortalidade por câncer de mama foi de 10,65 (± 3,12) por 100.000 mulheres. A alta taxa de mortalidade por câncer de mama apresentou associação com maior densidade de médicos generalistas e maior oferta de serviços de saúde em oncologia. A alta taxa de mortalidade por câncer do colo uterino apresentou associação com maiores índices de desigualdade social local e menores níveis de desenvolvimento humano das regiões avaliadas. (2) A proporção de estadiamento avançado do câncer de mama foi de 40,0%. O estadiamento avançado apresentou associação com fatores individuais e contextuais relacionados ao acesso público aos serviços de saúde e à baixa densidade de mamógrafos. (3) Em 32,4% dos casos de câncer de colo uterino, o estadiamento estava ausente, associado significativamente a fatores individuais e contextuais de oferta de serviços de saúde. A proporção de estadiamento avançado foi de 48,4%, com associação a fatores individuais e contextuais de acesso público aos serviços de saúde e à baixa proporção de exames citopatológicos. (4) O estadiamento avançado do câncer de mama apresentou correlação espacial positiva com o Índice de Gini e negativa com a densidade de ginecologistas. As taxas de mortalidade apresentaram correlação espacial positiva com o IDH e com a densidade de médicos ginecologistas. (5) O estadiamento avançado do câncer de colo uterino apresentou correlação espacial positiva com o Índice de Gini e negativa com a proporção de beneficiários de planos privados de saúde. As taxas de mortalidade apresentaram correlação espacial positiva com o Índice de Gini e negativa com a densidade de médicos ginecologistas. O estudo sinaliza as desigualdades sociais envolvidas no diagnóstico e na mortalidade por câncer de mama e colo do útero no Brasil. Destaca-se a importância da estruturação e da equidade no acesso aos serviços e tecnologias de saúde no território brasileiro. A reorientação de políticas públicas de saúde possibilitaria otimizar o controle, prevenção e tratamento oportuno do câncer de mama e colo do útero no país.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 3926907 - DYEGO LEANDRO BEZERRA DE SOUZA
Interna - 2149611 - CLELIA DE OLIVEIRA LYRA
Externa ao Programa - 1674688 - TATYANA MARIA SILVA DE SOUZA ROSENDO
Externo à Instituição - ARN MIGOWSKI ROCHA DOS SANTOS - INCA
Externo à Instituição - GUSTAVO PINA GODOY - UFPE
Notícia cadastrada em: 04/09/2020 08:27
SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação - (84) 3342 2210 | Copyright © 2006-2024 - UFRN - sigaa13-producao.info.ufrn.br.sigaa13-producao