Banca de QUALIFICAÇÃO: KÁLYA YASMINE NUNES DE LIMA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : KÁLYA YASMINE NUNES DE LIMA
DATA : 17/08/2020
HORA: 14:00
LOCAL: Departamento de Saúde Coletiva
TÍTULO:
DESIGUALDADES NO ESTADIAMENTO E MORTALIDADE POR CÂNCER DE PULMÃO NO BRASIL

PALAVRAS-CHAVES:
Epidemiologia; Neoplasias de Pulmão; Desigualdade em Saúde; Determinantes Sociais da Saúde

PÁGINAS: 100
RESUMO:

A morbimortalidade por câncer de traqueia, pulmão e brônquios reflete um cenário dedesigualdades. Populações mais pobres têm um maior risco de adoecer e morrer porcâncer, pois além de estarem mais expostas aos fatores de risco da doença, enfrentamdificuldades de acesso a assistência em saúde. Objetivou-se analisar o estadiamento e amortalidade por câncer de pulmão e sua relação com fatores socioeconômicos e de ofertade serviços de saúde no Brasil. Trata-se de um estudo observacional, ecológico etransversal. Os dados sobre mortalidade (C33 e C34) foram coletados do Sistema deInformações sobre Mortalidade (SIM) para o período de 2011 a 2015. Os dadosindividuais relacionados ao diagnóstico do câncer e condições socioeconômicas foramobtidos a partir do Integrador dos Registros Hospitalares de Câncer (RHC) para operíodo de 2006 a 2015. As variáveis socioeconômicas contextuais foram coletadas noAtlas do Desenvolvimento Humano no Brasil e os dados sobre densidade de médicos eserviços de saúde no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES). Aanálise da mortalidade foi realizada por meio do teste de Qui-Quadrado e da Regressãode Poisson com variância robusta para um nível de confiança de 95%. Para a verificaçãode existência de dependência espacial das taxas de mortalidade e de proporção dediagnóstico tardio foi utilizado o índice de Moran Global e Indicador Local deAssociação Espacial (LISA). A taxa média de mortalidade ajustada pela idade, entre2011 e 2015, foi de 12,8 mortes por 100.000 habitantes. Para o sexo feminino, a taxaajustada foi de 8,44 (± 3,14) mortes por 100.000 mulheres e para o sexo masculino,19,25 (±13,83) mortes por 100.000 homens. As altas taxas de mortalidade por câncer detraqueia, brônquios e pulmão estavam significativamente associadas com a “Densidadede médicos generalistas” (RP=1,68), “Estabelecimentos habilitados em oncologia”(RP= 1,49) e inversamente associadas com “Proporção de pobres” (RP=1,73) e,apresentaram autocorrelação espacial (Moran= 0,5; p= 0,01). O modelo espacialmultivariado foi constituído pelas variáveis “Estabelecimentos habilitados emoncologia”, “Renda” e “Cobertura dos planos de saúde” e apresenta um poderexplicativo de 66% para a mortalidade por câncer de pulmão. Entre 2011 e 2015, amédia da proporção de diagnóstico tardio foi de 85,72% (± 10,26) para a populaçãoentre 18 e 99 anos. Para o sexo feminino a média foi de 85,14% (±12,43) e para o sexo
masculino, 85,97% (±12,86). As proporções de diagnóstico tardio apresentaram umabaixa autocorrelação espacial, porém significante (Moran= 0,37; p= 0,01). O poderexplicativo do modelo final, constituído pelas variáveis “Taxa Ajustada deMortalidade”, “IDH” e “Estabelecimentos habilitados em oncologia”, foi de 16% para odiagnóstico tardio de câncer de pulmão. Os resultados evidenciam um cenário dedesigualdades que pode favorecer a exposição da população aos fatores de risco para ocâncer de pulmão, mas sem a capacidade de atender a demanda existente no tempooportuno, o que tem refletido na prevalência do diagnóstico tardio e nas altas taxas demortalidade por essa neoplasia.


MEMBROS DA BANCA:
Interno - 1149540 - ANGELO GIUSEPPE RONCALLI DA COSTA OLIVEIRA
Interno - 3926907 - DYEGO LEANDRO BEZERRA DE SOUZA
Interna - 2305247 - ISABELLE RIBEIRO BARBOSA MIRABAL
Notícia cadastrada em: 29/07/2020 18:59
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