Descrição de duas novas espécies de bagrinhos do gênero Microcambeva Costa & Bockmann (Siluriformes: Trichomycteridae) de bacias costeiras do sudeste da Mata Atlântica
Taxonomia, Microcambevinae, Vale do rio Doce, Baia de Guanabara, Região Neotropical.
Representado por seis espécies nominais, o gênero Microcambeva compreende pequenos bagres psamófilos e endêmicos de bacias costeiras da Mata Atlântica no sudeste do Brasil, ocorrendo desde o norte do Estado do Paraná até o extremo sul da Bahia. Coletas recentes elencaram novos exemplares do gênero nas porções médias das bacias do rio Doce, nos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo e na bacia do rio Guapi-Macacu no Estado do Rio de Janeiro que representam novas espécies. A nova espécie, Microcambeva sp. n. “Doce” é facilmente diagnosticada de todos os congêneres, por possuir barbilhões nasais, maxilares e rictais de tamanho médio e pelo padrão de coloração cefálico assemelhar-se a um coração. Distingue-se de M. ribeirae e M. filamentosa, exceto das espécies do “Clado M. draco”, por possuir uma ossificação na porção anterior do autopalatino. Difere de M. barbata¸ exceto de M. mucuriensis, M. jucuensis e M. draco por possuir ossificação do autopalatino rudimentar. Difere de M. mucuriensis e M. draco, exceto M. jucuensis, por possuir o processo anterior do opérculo bifurcado. Por fim, difere de M. jucuensis por possuir nove odontódeos operculares. Microcambeva sp. n. “Guanabara” é facilmente diagnosticada das demais espécies, exceto M. ribeirae e M. filamentosa pela ausência de uma pequena ossificação na porção superior do autopalatino e pela fusão do poro supraorbital s6, na porção central da cabeça. Distinguese de todas espécies, exceto M. ribeirae¸ por possuir o primeiro raio da nadadeira peitoral não modificado em filamento enquanto nas demais espécies os filamentos podem varia de 5% a 80% maiores que os demais raios. Microcambeva sp. n. “Guanabara” difere de M. filamentosa, por possuir oito odontódeos na placa opercular e inter-opercrular. A nova espécie difere de M. ribeirae por possuir um barbilhão rictal alongado, alcançando a porção anterior da placa inter-opercular de odontódeos, origem da nadadeira anal verticalmente na 19ª vértebra e três manchas formadas por cromatóforos marrons escuros na porção média do tronco três manchas.