NAS TRILHAS DA TRANSICAO: UTILIZACAO DE BICICLETAS PARA DESLOCAMENTOS INTRAURBANOS NA SEGUNDA DECADA DOS ANOS 2000 NO BRASIL.
Deslocamentos populacionais intraurbanos; Sistemas de Bicicletas Compartilhadas; mobilidade urbana sustentável; centros urbanos brasileiros.
O objetivo desta tese é identificar e comparar padrões de mobilidade intraurbana com bicicletas compartilhadas em quatro centros urbanos brasileiros na segunda década dos anos 2000. A bicicleta tem crescido como uma alternativa sustentável de transporte urbano, especialmente durante a pandemia, tanto para lazer, transporte utilitário ou trabalho, apesar das limitações de infraestrutura. Neste contexto, os sistemas de bicicletas compartilhadas surgem como uma solução de transporte ativo, buscando integrar diferentes modais de transporte nas cidades. A pesquisa busca responder à seguinte questão: em face das fragilidades da infraestrutura e da oferta de transporte público, quais são os novos padrões de mobilidade e fluxos de usuários de transportes ativos em centros urbanos brasileiros? Os objetivos específicos incluem: 1) Analisar os padrões de mobilidade nos sistemas de bicicletas compartilhadas durante os períodos pré-pandemia, durante a pandemia e pós-pandemia; 2) Identificar conexões entre características populacionais, mobilidade ativa e transporte público; 3) Qualificar a percepção dos usuários sobre segurança e infraestrutura. Quatro hipóteses serão testadas: 1) A duração média das viagens e padrões sazonais mudaram com a pandemia; 2) O fluxo de viagens em relação à densidade de serviços mudou com a pandemia; 3) A infraestrutura e a intermodalidade entre bicicletas e transporte público aumentam o uso sustentável das bicicletas; 4) A percepção de segurança e infraestrutura varia conforme a região. Os dados utilizados vêm da Tembici, que oferece bicicletas compartilhadas no Brasil e na América Latina. Com 59,1 milhões de viagens registradas entre 929 estações, o estudo abrange Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre e Recife/Jaboatão dos Guararapes/Olinda. A análise inclui métodos descritivos, mapas temáticos e o Índice Local de Associação Espacial (LISA) para entender os padrões espaciais de deslocamentos e densidade de estabelecimentos. Para o segundo objetivo, serão cruzados dados populacionais e socioeconômicos com informações das estações de bicicletas, e para o terceiro, será utilizada a pesquisa Bike-Barometer 2023, que avalia a segurança e bem-estar dos ciclistas. Resultados preliminares indicam um aumento de 7% nas viagens pós-pandemia, com maior duração média, especialmente a partir de 2022. Durante a pandemia, o uso cresceu nos finais de semana, mas no período pós-pandemia, aumentou nos dias úteis, com pico às 18h00 e viagens curtas predominantes.