Banca de DEFESA: ALCINDO MARIANO DE SOUZA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ALCINDO MARIANO DE SOUZA
DATA : 07/03/2022
HORA: 14h00
LOCAL: Remoto
TÍTULO:

ANÁLISE DO ALBEDO EM ÁREAS DE CAATINGA PRESERVADA E SUBSTITUÍDA POR PASTAGEM


PALAVRAS-CHAVES:

Albedo. Bioma Caatinga. Preservação. Degradação.


PÁGINAS: 87
RESUMO:

A caatinga é um dos biomas endêmicos mais vulneráveis com relação às mudanças climáticas. Estudos das consequências de sua degradação e que envolve a análise de fatores biofísicos, dentre eles o albedo de superfície, são relevantes para o entendimento do papel desse bioma no clima da Região Nordeste do Brasil. Compreender os processos que levam às mudanças de albedo podem ajudar na preservação da caatinga e em seu melhor uso, como uma análise em áreas de caatinga antropizada, substituída por pastagem. As pastagens na caatinga são normalmente extensivas em que os animais consomem as forragens nativas, incrementando valores elevados ao albedo e aumentando sua variabilidade sazonal. Contudo, ainda não há análises do comportamento do albedo em uma área de caatinga substituída por pastagem com controle na cultura da forrageira e manejo do pastejo. Nessa perspectiva, uma análise comparativa entre o albedo de uma área de caatinga preservada e de outra antropizada em pastagem com manejo do patejo traz informações importantes para a percepção de possíveis consequências no uso do solo e que possam resultar na degradação ou que auxiliem na preservação do bioma citado, como também informações sobre o potencial no uso controlado do albedo em pastagem como estratégia de mitigação nas mudanças climáticas por meio do Solar Radiation Management (SEM). Dessa forma, o estudo foi conduzido a partir de observações das componentes do balanço de radiação à superfície em dois ambientes distintos: Estação Ecológica do Seridó considerada como caatinga preservada (Caatinga), localizada em Serra Negra do Norte e; Escola Agrícola de Jundiaí considerada caatinga substituída por pastagem com manejo (Pastagem), em Macaíba, ambos localizados no estado do Rio Grande do Norte. Os dados foram coletados por meio de saldo radiômetros do tipo CNR4 durante as estações seca, transição entre seca e chuvosa, chuvosa e transição entre chuvosa e seca na Caatinga e na Pastagem. Os valores médios de albedo foram maiores na Pastagem em todas as estações, com valor de 0,18, apresentando pouca variabilidade sazonal. Na Caatinga, o valor médio do albedo foi de 0,15, sendo a estação de transição chuvosa para a seca aquela com maior albedo médio igual a 0,16. A maior diferença no albedo médio entre a Pastagem e a Caatinga aconteceu na estação seca e a menor na estação chuvosa e na de transição entre seca e chuvosa. A Caatinga apresentou uma maior variabilidade no albedo diário com um coeficiente de variação igual a 7,33% e a Pastagem apresentou um coeficiente de 5%. A diferença entre os albedos médios para os dois sítios experimentais mostrou-se significativa, ratificando os maiores valores de albedo para a Pastagem com confiança estatística de 95%. Embora a precipitação no período tenha sido maior na Pastagem com 992,7 mm, ainda assim apresentou um maior albedo médio em comparação à Caatinga com 507,6 mm acumulados no período. A elevação solar média também foi maior na Pastagem, o que influenciaria para redução do albedo médio neste sítio experimental, entretanto o albedo com base nos valores médios diários não sofreu influência estatisticamente significativa da elevação solar. Já com relação ao albedo médio em cada horário do dia, houve uma forte correlação estatística para todas as estações na Pastagem, mostrando uma maior variabilidade no albedo no decorrer do dia em relação à Caatinga. Os valores das médias horários para o albedo, tomadas entre as 06h30 e 16h com intervalos de 30 minutos, também foram maiores na Pastagem em todas as comparações com a Caatinga. Para ambos os sítios experimentais, as maiores dispersões nas frequências dos valores médios horários de albedo ocorreram no início da manhã e final de tarde, tendo maior regularidade em horários mais próximos ao meio dia. Algumas das consequências desse estudo é a ratificação de que a elevação do albedo em caatinga substituída por pastagem provoca a redução do saldo de radiação, incrementando albedo. Mas ao mesmo tempo, uma região em que haja o manejo de pastagem diminui a variabilidade do albedo, principalmente na comparação entre as estações seca e chuvosa, o manejo no pastejo evita que haja uma redução excessiva da cobertura vegetal e essas forragens não permitem um maior incremento do albedo. O uso da pastagem com manejo não indica possibilidades de desertificação da caatinga, a agropecuária intensiva pode contribuir para a preservação do bioma, embora seja importante ressaltar que a agropecuária intensiva se refere a áreas antropizadas já em uso, evitando desmatamento ou queimada em novas áreas de vegetação nativa da caatinga. A resposta mais significativa do albedo médio horário à elevação solar e seu maior valor médio também mostram que o uso desse tipo de pastagem possibilita o gerenciamento do albedo e que estudos posteriores podem indicar a possibilidade na redução da temperatura, principalmente em períodos mais quentes durante a estação seca. Essa pesquisa também deixa indicado a possiblidade no uso da pastagem com manejo do pastejo no sequestro do carbono, ainda dentro da perspectiva do gerenciamento da radiação solar para mitigação dos efeitos das mudanças climáticas e novamente, principalmente na estação seca.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1752417 - CLAUDIO MOISES SANTOS E SILVA
Interno - 2086472 - BERGSON GUEDES BEZERRA
Interno - 3217859 - PEDRO RODRIGUES MUTTI
Externa à Instituição - ROSARIA RODRIGUES FERREIRA - INPA
Externo à Instituição - THIAGO VALENTIM MARQUES - IFRN

Notícia cadastrada em: 25/02/2022 15:19
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