Banca de DEFESA: ALANDERSON FIRMINO DE LUCAS

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ALANDERSON FIRMINO DE LUCAS
DATA : 31/01/2022
HORA: 09:00
LOCAL: Vídeo conferência
TÍTULO:

O IMPACTO DA DESERTIFICAÇÃO NA HIDROLOGIA: UM ESTUDO DE MODELOGEM PARA A BACIA DO RIO SERIDÓ


PALAVRAS-CHAVES:

desertificação, semiárido, modelagem hidrológica, SWAT.


PÁGINAS: 124
RESUMO:

O uso do solo na bacia do rio Seridó é o principal fator da intensificação da desertificação nessa região, cujo fenômeno interfere na hidrologia da bacia. Entre os seus efeitos sobre o solo, estão à baixa qualidade e a mudança na disponibilidade dos recursos hídricos. O objetivo desse estudo foi avaliar os impactos da desertificação na resposta hidrológica e no balanço hídrico da bacia do rio Seridó, com uso de modelagem hidrológica. O modelo hidrológico utilizado foi o SWAT, que se mostrou uma ferramenta eficaz, pois simulou satisfatoriamente a sazonalidade da vazão mensal (Q) em quatro sub-bacias tributárias do rio Seridó, simulando em mais de 60% a variância da vazão observada. Na avaliação da destreza do modelo observou-se que a simulação das Q com maior destreza foram aquelas iguais ou inferiores a Q5% (vazões máximas) e o PBIAS (RMSE) da vazão simulada foi de ~ 30% (8.3 m³.s-1) e 50% (11.8 m³.s-1) para os períodos de calibração e validação do modelo, respectivamente. Para avaliar a desertificação foram desenvolvidos dois cenários de uso e cobertura da terra (LULC, Land Use and Land Cover) para a bacia hidrográfica: o cenário controle, onde a coberta vegetal da bacia foi aquela observada no ano de 1985; e o cenário de desertificação, onde foram incluídas as áreas desérticas desde o ano de 1985 até o ano de 2019. O avanço histórico e gradual do deserto ( 15.39% da área da bacia) alterou o balanço hídrico anual, elevando o escoamento total (Qtot) em 6,95%, devido o expressivo aumento no escoamento superficial (Qsurf), que aumentou em 12.08%. Essa mudança alterou o regime das vazões máximas, associadas às cheias, que foram ampliadas consideravelmente no cenário de desertificação. Em termos absolutos médios anuais, as mudanças foram de 14 mm.mês-1 e +11 mm.mês-1 na época úmida, respectivamente. Por outro lado, o escoamento subsuperficial (Qlat) diminuiu em 15.34% com relação ao balanço anual, embora este tenha aumentado 1.5 mm.mês-1 na quadra chuvosa. Já a evapotranspiração (ET) ( ) anual reduziu em 4.18%, o que correspondeu a -5 (-2) mm.mês-1 na estação chuvosa (seca). O mesmo impacto ocorreu com o conteúdo de água no solo (SW) e a percolação (Wperc). Nestas componentes as reduções médias anuais foram de 3.79% e 1.96%, -45 mm.mês-1 e -4 mm.mês-1 no período chuvoso, respectivamente. Em termos espaciais, com a desertificação ET, SW, Wperc (Qtot, Qsurf e Qlat), foram reduzidas (aumentados) significativamente na região centro-oeste da bacia. Estudos com uso de sensoriamento remoto da superfície confirmam que a desertificação no semiárido do nordeste brasileiro se instalou e progrediu anualmente, pelo menos desde a década de 80. São raros, ou inexistentes, estudos que avaliem os efeitos hidrológicos causados por este processo na esfera teórica, isto é, de modelagem hidrológica. Este estudo contribui neste sentido e de maneira geral, percebeu que a desertificação aumenta os extremos de vazão máxima e deteriora as condições hidrológicas, localmente e nas áreas adjacentes as regiões desérticas, com a redução do conteúdo de água no solo e a percolação, e o aumento do escoamento superficial. Com isso, a manutenção dos ecossistemas naturais e agrícolas será prejudicada, pois estes terão uma menor oferta de água para a ET, e queda da percolação, desequilibrará o sistema de águas subterrâneas.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2411669 - JONATHAN MOTA DA SILVA
Interno - 842.400.082-04 - GABRIEL BRITO COSTA - UFOPA
Externo ao Programa - 350698 - VENERANDO EUSTAQUIO AMARO
Externo à Instituição - LEONARDO MORENO DOMINGUES - INPA
Notícia cadastrada em: 17/01/2022 11:12
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