Quarta-feira 19/10/2011 10:50h Sala 3 – Escola de Ciência e Tecnologia
Reconsolidação e extinção de memórias: sistemas distintos de reforço e labilização?
Prof. Olavo Amaral (Instituto de Bioquímica Médica, UFRJ)
Estudos recentes sobre a neurobiologia das memórias têm demonstrado que as mesmas não são estáticas depois de aprendidas. Assim, a reexposição a um contexto em que uma memória foi aprendida pode levar a processos como a reconsolidação, em que o traço mnemônico é labilizado e posteriormente reforçado, e a extinção, em que um novo aprendizado contrário ao original é instituído. A partir de estudos que demonstraram que os mesmos fármacos podem bloquear os dois processos, dependendo do protocolo comportamental utilizado, construimos um modelo computacional baseado em dinâmica de atratores, em que a ocorrência de evocação simples, reconsolidação ou extinção é determinada pela similaridade entre as representações da memória original e da sessão de reexposição. Isto ocorre assumindo-se a ativação de dois sistemas de plasticidade paralelos durante a reexposição ao contexto, um dos quais relacionado ao reforço de alterações sinápticas e o segundo relacionado à labilização de alterações estabelecidas. A partir desta hipótese, utilizamos a tarefa de medo condicionado para tentar dissociar estes dois componentes em diversos protocolos de extinção de memória, através do bloqueio farmacológico da síntese protéica e da proteína fosfatase calcineurina.