Neurônios CaMKIIa+ do núcleo coclear dorsal são necessários para a percepção do zumbido
zumbido, núcleo coclear, Neurônios, camundongos
O zumbido induzido por ruído é um som fantasma, percebido sem uma fonte física, causado pela exposição excessiva a ruído intenso. O núcleo coclear dorsal (DCN), uma região conhecida por integrar vias somatossensoriais e auditivas, foi identificado como uma potencial estrutura chave na geração da percepção do zumbido. Aqui, diminui-se a atividade dos neurônios do DCN que expressam a proteína quinase calmodulina-dependente do subtipo II alfa (CaMKIIa) para investigar seu papel na percepção do zumbido. Os camundongos foram expostos a ruído de alta intensidade (90dBSPL, 1h, seguido de 2h de silêncio) para induzir o zumbido. As respostas auditivas de tronco encefálico (ABRs) e o teste de inibição do reflexo de sobressalto acústico por gap pré-pulso (GPIAS) foram registrados dois dias antes e duas semanas após a exposição ao ruído para garantir a indução do zumbido (diminuição significativa na resposta do GPIAS) sem perda auditiva permanente. A atividade dos neurônios CaMKIIa+ no DCN foi diminuída pela expressão e ativação de receptores hM4 modificados, acoplados à proteína Gi, ativados exclusivamente por drogas sintéticas (hM4Di DREADDs). Os animais foram testados novamente no dia seguinte no teste GPIAS, mas sob efeito de uma administração sistêmica de n-óxido de clozapina (CNO, 0.5mg/kg). Encontramos uma diminuição nas respostas características de zumbido ao diminuir a atividade dos neurônios CaMKIIa+ do DCN (p = 0.038, n = 11 camundongos), enquanto o grupo controle (vírus controle; CaMKIIa-YFP + CNO) não apresentou melhora nas respostas de GPIAS (p = 0.105, n = 6). Em outro conjunto de experimentos, administramos CNO 30 minutos antes da exposição ao ruído para diminuir a atividade dos neurônios CaMKIIa+ do DCN (n = 6 camundongos experimentais e 6 controles), e os dados mostram que a diminuição da atividade dos neurônios CaMKIIa+ não pôde evitar a indução do zumbido. Nossos resultados sugerem que as células CaMKIIa+ no DCN podem ter um papel na manutenção da percepção do zumbido em camundongos.