Banca de QUALIFICAÇÃO: DANIELA MARIA DE SOUSA MOURA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : DANIELA MARIA DE SOUSA MOURA
DATA : 04/07/2017
HORA: 09:30
LOCAL: INSTITUTO DO CEREBRO
TÍTULO:

ALTERAÇÕES NA LINHAGEM CELULAR E ORGANIZAÇÃO NEURONAL DO GIRO DENTEADO ADULTO EM DOIS MODELOS ANIMAIS DE EPILEPSIA


PALAVRAS-CHAVES:

Hipocampo adulto, neurogênese, gliogênese, epilepsia, ácido caínico, pilocarpina, interneurônios gabaérgicos, dispersão das células granulares, neurônios ectópicos, dendritos basais hilares


PÁGINAS: 125
RESUMO:

A Epilepsia do Lobo Temporal mesial (ELTm) é a forma mais comum de epilepsia no adulto, sendo caracterizada por alterações estruturais e fisiológicas em circuitos límbicos. Modelos animais da ELTm podem ser produzidos por meio da indução química de um estado epiléptico sustentado. Assim, animais tratados com ácido caínico ou pilocarpina apresentam significativa morte neuronal no hilo do giro denteado e corno de Amon, bem como reorganização axonal e crises espontâneas e recorrentes. Agudamente, o aumento na excitabilildade neural induzida por ambos agentes convulsivantes aumentam significativamente a proliferação das células granulares do hipocampo, uma das poucas regiões com neurogênese no encéfalo adulto. Paradoxalmente, o aumento de proliferação é incapaz de atenuar a morte neuronal associada ao insulto epileptogênico. O modelo atual postula que células-tronco neurais (CTN) geram progenitores neuronais, com linhagem determinada, e que se tornam pós-mitóticos em um processo unidirecional e irreversível. Algumas CTN podem permanecer quiescentes, e eventualmente recebem sinais para proliferarem e produzirem novos neurônios. Diversos fatores ambientais e genéticos interferem nesse processo, modulando a proliferação, sobrevivência e integração dessas novas células no hipocampo adulto. Estudar os mecanismos teciduais e celulares associados a esse fenômeno é de fundamental importância para compreender a fisiopatologia da doença, além de auxiliar no desenvolvimento de novos tratamentos. Assim, o presente trabalho avaliou os efeitos de dois agentes convulsivantes sobre a neurogênese hipocampal de camundongos adultos. Utilizando animais transgênicos, nós induzimos a expressão da proteína fluorescente (GFP) em coortes celulares expressando o marcador típico de neurônios jovens (DCX), antes ou depois da injeção intrahipocampal de ácido caínico ou pilocarpina. Alguns animais foram registrados agudamente para confirmação da indução do status epilepticus (SE) e atividade paroxística bilateral, bem como da presença de espículas interitais e crises espontâneas. Ambas as drogas induziram alterações no posicionamento e morfologia de células granulares, independente delas terem sido geradas antes ou após a indução do SE. No entanto, apenas no hipocampo ipsilateral à injeção de ácido caínico nós observamos dispersão da camada granular e morte celular em CA1 e CA3, apesar da atividade paroxística ocorrer em ambos os hipocampos. Surpreendentemente, a injeção de ácido caínico também provocou um aumento na geração de astrócitos a partir dos progenitores DCX+, considerados restritos à geração de neurônios. Neste modelo, também observamos células com morfologia e marcadores de CTNs, sugerindo que progenitores DCX+ poderiam regredir para estados mais primitivos na linhagem e gerar astrócitos. Em contraste, observamos aumento da neurogênese no lado contralateral à injeção de ácido caínico, assim como em ambos os hipocampos de animais tratados com pilocarpina. Enquanto o aumento da astrogliogênese no lado ipsilateral à injeção de ácido caínico está associada a uma grande dispersão das células granulares e degeneração de interneurônios GABAérgicos, nenhum destes efeitos foi observado nos hipocampos epilépticos contralaterais. Em conjunto, nossos resultados sugerem que o aumento da excitabilidade neuronal induzida por ácido caínico e pilocarpina têm efeitos diferentes sobre a diferenciação celular e destino fenotípico dos neurônios pré-existentes e recém-gerados no hipocampo. Essas observações indicam que diferentes modelos de epilepsia podem ser completamente distintos sob a perspectiva das alterações celulares no hipocampo.

 


MEMBROS DA BANCA:
Interno - 1721223 - ADRIANO BRETANHA LOPES TORT
Interno - 1728817 - CLAUDIO MARCOS TEIXEIRA DE QUEIROZ
Interno - 1243905 - DRAULIO BARROS DE ARAUJO
Presidente - 1674643 - MARCOS ROMUALDO COSTA
Notícia cadastrada em: 14/06/2017 15:41
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