PGE/CB PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA CENTRO DE BIOCIÊNCIAS Telefone/Ramal: (33) 4222-34/401 https://posgraduacao.ufrn.br/pge

Banca de QUALIFICAÇÃO: LARA CUNHA LOPES

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : LARA CUNHA LOPES
DATA : 05/07/2021
HORA: 09:30
LOCAL: Virtual (google meets)
TÍTULO:

Encalhe de cetáceos em relação a prospecções sísmicas e fatores ambientais no nordeste do Brasil



PALAVRAS-CHAVES:

Pesquisa Sísmica; Simulação de deriva; Simulação de leeway; Carcaça; Baleia; Golfinho



PÁGINAS: 86
RESUMO:

Os cetáceos possuem alta dependência do som para suas atividades vitais e tem sido negativamente afetados pela poluição sonora, que causa desde alterações comportamentais à danos físicos. Encalhes em massa tem sido relacionados a sonares ativos, que parecem afetar principalmente espécies de mergulho profundo. Outra fonte preocupante de ruído são as prospecções sísmicas, que usam canhões de ar comprimido para gerar ondas sonoras impulsivas de alta intensidade. Contudo, o efeito das prospecções sísmicas sobre a mortalidade e encalhe dos cetáceos ainda é controverso. Nosso objetivo foi investigar a relação entre o encalhe de cetáceos pelágicos e as operações sísmicas 3D no Nordeste equatorial do Brasil, levando em consideração variáveis oceanográficas. Nós reunimos os encalhes registrados entre 2000 e 2019 nos estados do Ceará (CE) e Rio Grande do Norte (RN) e separamos as espécies em 5 grupos ecológicos. Então, caracterizamos a ocorrência espaço-temporal dos registros e selecionamos duas áreas onde o esforço de coleta foi mais consistente. Para estas duas áreas, analisamos se as prospecções sísmicas e condições de vento e onda afetaram a probabilidade de encalhe de cada grupo ecológico. Também simulamos a deriva de cetáceos fictícios, considerando uma mortalidade constante dentro dos limites das operações sísmicas, e comparamos a distribuição espacial das chegadas simuladas de cetáceos fictícios com os encalhes observados para o mesmo período. Nos 20 anos considerados, 351 encalhes foram registrados, incluindo 22 espécies e 5 famílias. O padrão temporal dos encalhes mostrou uma relação com a sazonalidade do turismo na região (aumentado no verão) e com o aumento no monitoramento de praias a partir de 2010, com o aumento de condicionantes para licenciamentos ambientais. As operações sísmicas também aumentaram em duração e número em relação a primeira década de dados compilados. De 65 encalhes que ocorreram até uma semana após alguma operação, 5 apresentaram sinais patológicos condizentes com a síndrome de embolia gasosa associada a efeitos de exposição a atividade de prospecção sísmica. Além disso, 29% dos encalhes observados coincidem com as simulações de deriva com origem em áreas de operação sísmica. Estas simulações mostraram também que programas de monitoramento de praia, exigidos pela agência reguladora de impacto ambiental, podem não cobrir as áreas de provável ocorrência de encalhes vindos da sísmica. Tais simulações indicam que animais mortos em decorrência de exposição às prospecções sísmicas do CE e RN podem encalhar na região Norte do país. Recomenda-se que simulações prévias sejam feitas como condicionante do licenciamento para determinar qual porção do litoral deve ser inspecionada através de projetos de monitoramento de praias. Os resultados obtidos não determinam a causalidade da mortalidade e encalhes de animais no RN e CE, mas revelam que alguns encalhes possam ter origem em mortalidade dentro de áreas de sísmica, apontando para uma influência de prospecções sísmicas sobre os encalhes na região.




MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - JONATAS HENRIQUE FERNANDES DO PRADO - ICMBio
Interno - 2319234 - GUILHERME ORTIGARA LONGO
Presidente - 1863735 - RENATA SANTORO DE SOUSA LIMA
Notícia cadastrada em: 24/06/2021 16:58
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