PGE/CB PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA CENTRO DE BIOCIÊNCIAS Telefone/Ramal: (33) 4222-34/401 https://posgraduacao.ufrn.br/pge

Banca de QUALIFICAÇÃO: LEONARDO CAPITANI

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : LEONARDO CAPITANI
DATA : 30/10/2020
HORA: 09:30
LOCAL: online
TÍTULO:

RECURSOS E TEMPERATURA: NOVOS PARADIGMAS PARA OS RECIFES DO ATLÂNTICO OCIDENTAL


PALAVRAS-CHAVES:

relações tróficas, resposta funcional, presa, predador, temperatura, produtividade primaria, recifes, modelagem, Atlantico Ocidental


PÁGINAS: 87
RESUMO:

Os recifes são ecossistemas marinhos complexos, biodiversos e produtivos. Embora representem menos de 0.09% da superfície dos oceanos, esses ecossistemas são locais de processos ecológicos fundamentais, como a reciclagem de nutrientes, alimentação, reprodução e evolução de muitas espécies. Nestes ecossistemas se dão relações não lineares entre variáveis físicas (temperatura, acidez, salinidade, oxigênio dissolvido) e componentes bióticos (produção primária e abundância das espécies). Do lado das interações físicas, a temperatura da água é um fator crucial que pode afetar a fenologia, o crescimento e as relações tróficas de muitas espécies recifais. Do lado das interações biológicas, é sabido que a colonização de águas rasas por peixes herbívoros pode ter facilitado a formação dos recifes como os conhecemos hoje em dia, levando a mudanças especificas nas relações tróficas destes ambientes. Surpreendentemente, falta ainda uma geral compreensão das relações não lineares de temperatura e relações tróficas em ambientes recifais do Atlântico ocidental. O estudo com enfoque matemático das relações tróficas recifais e da dependência delas com a temperatura em escala local até regional, representa uma importante lacuna a ser preenchida e oferece enorme potencial para a consolidação de teorias ecológicas ou a descoberta de novos padrões macro-ecológicos. Esta tese está organizada em três capítulos, em que exploramos a relação da temperatura e de recursos disponíveis com as espécies de peixes recifais de três maneiras distintas. No primeiro capítulo, através de experimento de campo controlado no recife do Atol das Rocas, testamos modelos mecanicistas da resposta funcional do peixe Acanthurus chirurgus com o recurso alimentar de alga Digenea simplex. Os resultados indicam que o processo de herbívoria por A. chirurgus é mais bem descrito por um modelo onde a quantidade de alga e a densidade de A. chirurgus são igualmente importantes para definir o consumo per capita de recurso. Estes resultados aportam nova luz sobre a dinâmica das interações peixes herbívoros - algas no Atlântico ocidental, evidenciando a fundamental importância de considerar o efeito da densidade do consumidor em modelos herbívoro-planta para ecossistemas recifais. No segundo capítulo, modelamos a teia trófica do Atol das Rocas e analisamos as mudanças na biomassa disponível em todos os níveis tróficos como uma resposta ao aumento da temperatura da água do mar ao longo do século 21, baseado nos cenários do IPCC. Os resultados das simulações indicam que, até o final do século, a biomassa total do ecossitema deve diminuir em 1%, 8% e 44% nos cenários de baixas, médias e altas emissões de CO2. Conforme a biomassa total diminui, a estrutura trófica do ecossistema mudará, favorecendo produtores primários (turfs de algas), peixes invertívoros, enquanto corais escleractínios diminuirão severamente. No terceiro capítulo, utilizamos dados de tamanho individual de peixes recifais ao longo de 61° graus de latitude no Atlântico Ocidental (desde a Carolina do Norte, EUA até́ Santa Catarina, Brasil), para testar a existência de um padrão linear na relação entre o tamanho médio individual, a temperatura da água do mar e a disponibilidade de recursos (produtividade primária). Os resultados esperados para este capítulo (ainda não finalizado) devem fortalecer um padrão ecológico geral: maior disponibilidade de recursos, maior tamanho individual independentemente da temperatura. Com esta tese, espero contribuir com a construção de uma base mais sólida e geral sobre os fatores (físicos e biológicos) que influenciam um dos processos mais importantes nos ecossistemas recifais: o consumo alimentar (predação) e a consequente conversão de recursos em nova biomassa disponível.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - CARLOS EDUARDO LEITE FERREIRA - UFF
Externo à Instituição - JORGE LUIZ RODRIGUES FILHO - UDESC
Presidente - 1177742 - RONALDO ANGELINI
Notícia cadastrada em: 19/10/2020 15:39
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