PGE/CB PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA CENTRO DE BIOCIÊNCIAS Telefone/Ramal: (33) 4222-34/401 https://posgraduacao.ufrn.br/pge

Banca de DEFESA: LARISSA NASCIMENTO DOS SANTOS SILVA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : LARISSA NASCIMENTO DOS SANTOS SILVA
DATA : 08/09/2020
HORA: 09:00
LOCAL: Defesa on-line remota (via Zoom)
TÍTULO:

Padrões ecológicos e diversidade de borboletas em Florestas Tropicais Secas


PALAVRAS-CHAVES:

Esforço científico;diversidade;distribuição de espécies;estrutura de habitat;gradiente ambiental;partição de nicho


PÁGINAS: 205
RESUMO:

Ecossistemas secos são biodiversos e estão distribuídos em todo o globo, sendo a sazonalidade climática uma forte característica ambiental, que impõe aos organismos desafios adaptativos às estações e variações fisionômicas. No entanto, a distribuição das florestas tropicais secas e das espécies tem sido alterada historicamente por mudanças ambientais globais e pela intensa conversão de habitat em áreas de agropecuária e extração de madeira. Atualmente, sabe-se da importância desses ecossistemas para a manutenção de espécies, inclusive naquelas áreas de ecótono com florestas úmidas e outros biomas. Além disso, são escassos estudos de comparações taxonômicas e ecológicas em grandes escalas, e os padrões da influência da perda de habitat não são claros. Para investigar como se dá a distribuição das espécies de borboletas nas florestas tropicais secas e como os elementos ambientais influenciam as comunidades em paisagens fragmentadas, a tese está dividida em três eixos temáticos principais: distribuição de esforço de pesquisa e padrões de riqueza, efeitos de gradientes ambientais sobre a estrutura de comunidades, e influência das alterações na paisagem na diversidade de espécies. O objetivo do capítulo 1 foi realizar o levantamento do esforço de pesquisa sobre as borboletas (Papilionoidea e Hesperioidea) para identificar as principais lacunas temáticas e geográficas de pesquisa, e caracterizar o perfil dos estudos voltados para conhecimento e preservação da biodiversidade dessas florestas. Para tanto, utilizamos metodologia cienciométrica, a partir de palavras-chave em inglês englobando florestas secas e savanas (Pennington et al. 2018) e o táxon borboletas, na plataforma ISI Web of Knowledge. Coletamos informações de 167 estudos triados e mapeados, publicados entre 1981 e 2019. A maioria dos artigos são do Brasil (24.6 %), México, Malawi e Austrália, realizados em diferentes escalas espaciais e abordagens de pesquisa. As interações ecológicas (18.6%) e história de vida (13.8%) foram os principais temas, e Nymphalidae (36.5%), a família mais estudada. Encontramos, principalmente nas Américas, inventários, estudos de comunidades e de interações, como de mirmecofilia e plantas hospedeiras associadas com Lycaenidae e Pieridae. Enquanto vários estudos fenológicos e evolutivos foram testados com espécies de Satyrinae na região africana, e estudos sazonais e biogeográficos, na australiana, inclusive comparativos com outros taxa, como aves e mamíferos. Algumas das áreas mais ricas em espécies de borboletas (Papilionoidea) estão no México e Austrália. As Florestas Secas são mais ricas em espécies de borboletas (média 138.2) do que Savanas (115.3), corroborando com nossa hipótese de maior riqueza em ambientes mais heterogêneos e menos instáveis. Considerando os temas menos abordados, fragmentação (2.4%) e impactos antrópicos (1.8%), alertamos para necessidade de investigação sobre mudanças ambientais em diferentes escalas, como também, efeitos da fragmentação florestal sobre as comunidades biológicas e conservação. No capítulo 2, estimamos os efeitos da estrutura de habitat e da sazonalidade dos recursos sobre a abundância, riqueza e composição de borboletas frugívoras em gradientes de produtividade e de fragmentação, em uma floresta seca brasileira. Nós coletamos dados da fauna de borboletas frugívoras, na região do Seridó, e de variáveis de habitat em 9 paisagens (6x6 km) de diferentes coberturas de habitat, durante três períodos (de baixa, média e alta produtividade), entre 2017 e 2018. Registramos 16 espécies e 5.997 indivíduos, cuja maior abundância ocorreu em alta produtividade e em paisagens de alta cobertura de habitat. Identificamos que as comunidades possuem sua dinâmica relacionada à produtividade e estrutura de habitat em gradientes espaciais e temporais. Além disso, as espécies de borboletas respondera às mudanças no ambiente conforme suas características funcionais, sendo possível observar os efeitos mais acentuados em características espécie-específicas, havendo alternância de espécies ao longo do gradiente temporal, principalmente. No capítulo 3, nosso objetivo foi estimar os efeitos da estrutura de habitat e dos impactos antrópicos sobre a abundância, riqueza e composição de borboletas frugívoras em paisagens fragmentadas. Nossas hipóteses são relacionadas as teorias de partição de nicho e de filtros ambientais, onde a diversidade e a dinâmica das comunidades são determinadas principalmente pela resposta da biota à alteração ambiental. Nas mesmas 9 paisagens do Seridó, nós investigamos os elementos da estrutura de habitat e características de impacto antrópico, localmente e em escala de paisagem, usando imagens classificadas de cobertura e uso do solo do MapBiomas e coletas locais. Testamos os efeitos das variáveis da paisagem sobre a riqueza e abundância de borboletas e sobre a composição de espécies. Registramos maior riqueza e a maioria das espécies tiveram mais indivíduos registrados em alta e média cobertura florestal. A composição de espécies diferiu entre as paisagens, assim como a proporção de espécies de diferentes amplitudes de nicho, havendo maior proporção de espécies de floresta arbórea (83 %) em paisagens de alta cobertura (56-60% de habitat), sendo estas espécies também as mais afetadas pelas alterações antrópicas. Usamos ferramentas de partição de nicho e identificação de espécies bioindicadoras para a compreender a dinâmica das comunidades e ranquear as paisagens em grau de qualidade ambiental. Por fim, apresentamos alguns desse resultados em produtos para divulgação científica, que tem sido desenvolvidos com a ajuda de alunos de iniciação científica e em parceria com outras instituições (UFCG, UFPE, ICMBio e Fund. Boticário): o Guia de Borboletas do Seridó e a página de divulgação do projeto de monitoramento em UCs de Caatinga e Mata Atlântica, @borboletasnonordeste.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1451741 - MARCIO ZIKAN CARDOSO
Externa à Instituição - MARINA ANTONGIOVANNI DA FONSECA
Externa à Instituição - MARÍLIA BRUZZI LION - UFRN
Interna - 1914239 - MIRIAM PLAZA PINTO
Externa à Instituição - Solange Maria Kerpel - UFCG
Notícia cadastrada em: 27/08/2020 09:31
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