PGE/CB PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA CENTRO DE BIOCIÊNCIAS Telefone/Ramal: (33) 4222-34/401 https://posgraduacao.ufrn.br/pge

Banca de DEFESA: JUAN CARLOS VARGAS MENA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : JUAN CARLOS VARGAS MENA
DATA : 05/03/2020
HORA: 09:00
LOCAL: Laboratório Didático I
TÍTULO:

A estrutura espacial e temporal de assembleias de morcegos (Chiroptera) na Caatinga no nordeste do Brasil


PALAVRAS-CHAVES:

Cavernas, cavernícolas, diversidade beta, floresta sazonalmente secas, guildas tróficas, quirópteros, registros novos, sazonalidade, reprodução


PÁGINAS: 151
RESUMO:

Na Caatinga a heterogeneidade espacial das diferentes ecorregiões e fitofisionomias, bem como a sazonalidade das chuvas e os pulsos dos recursos alimentares foram atribuídos como fatores-chave que controlam a estrutura e a dinâmica das assembleias de morcegos. Quase 95% do estado do Rio Grande do Norte (RN) corresponde à Caatinga, que abriga abundantes cavidades subterrâneas (~ 1000 cavernas). Como os padrões de diversidade espacial e temporal da fauna de morcegos são praticamente desconhecidos na Caatinga, o objetivo principal desta tese foi explorar os padrões espaciais e temporais de riqueza e composição de espécies de assembleias de morcegos em diferentes paisagens, fitofisionomias e em abrigos em cavernas. No Capítulo 1, explorei a riqueza e diversidade espacial e temporal na composição trófica e de espécies de morcegos através de capturas com redes de neblina em 5 habitats diferentes de Caatinga em seis regiões do RN. Em 100 noites de amostragem, capturei 1575 indivíduos de 31 espécies, com um esforço de captura de 239 824 m2h. Foram encontradas diferenças na composição de especeis e guildas tróficas entre as assembleias tanto nas diferentes áreas de estudo como nos diferentes habitats amostrados. Provavelmente relacionadas às preferências de especificas das espécies específicas por características da paisagem e habitats para forrageio. A riqueza e a composição das espécies não apresentaram variação sazonal evidente entre as estações. Os recursos alimentares encontrados ao longo do ano podem ser o principal fator que sustenta uma estrutura semelhante da assembleia durante as duas estações. No capítulo 2, monitorei nove cavernas em quatro regiões do RN para examinar os efeitos das estações e do tamanho das cavernas sobre a riqueza e a composição das espécies de morcegos cavernícolas. Utilizando dois métodos, registramos 17 espécies de morcegos em 2045 indivíduos capturados e 4181 indivíduos observados durante 61 dias de amostragem. A riqueza e a composição das espécies não mudaram sazonalmente e também não foi encontrada um turnover temporal das espécies. No entanto, o aumento na abundância geral de morcegos e de algumas espécies (insetívoros e piscívoros) ocorreu principalmente na estação chuvosa. A alta abundância de morcegos na estação chuvosa não coincidiu com os picos de precipitação, mas uma diminuição evidente da abundância coincidiu com os meses mais secos. Foi encontrada uma sinergia entre as estações e o tamanho da caverna. Na estação chuvosa as cavernas maiores tendem a variar mais em abundância do que as cavernas menores. Também foram encontradas diferenças na composição das espécies entre cavernas grandes e pequenas. O aumento sazonal da abundância é provavelmente atribuído a fins reprodutivos. A maioria das espécies foi reprodutivamente ativa durante a estação chuvosa, onde seu alimento preferido era mais abundante (frugívoros, insetívoros e animalívoros), enquanto outras que dependem dos recursos alimentares disponíveis durante todo o ano foram ativas durante as duas estações (sanguinívoros, onívoros e inesperadamente nectarívoros). No capítulo 3, fiz uma revisão taxonômica em coleções e revisão bibliográfica para determinar a diversidade gama do RN e apresentei a primeira lista oficial de morcegos do estado, incluindo novos registros e discussões sobre áreas de conservação e áreas de pesquisa prioritária. No geral, os dados obtidos de 44 espécies de morcegos de 3630 indivíduos capturados e mais de 4000 morcegos observados durante 161 dias de amostragem indicam que, em geral, as assembleias de morcegos são adaptadas para permanecerem o ano todo nas mesmas áreas, mas são fortemente afetadas pela estrutura espacial da vegetação de suas áreas preferidas de forrageio. Enquanto no interior dos abrigos nas cavernas, fatores temporais como disponibilidade de alimentos parece fortemente afetar a atividade de reprodução de morcegos cavernícolas e reforça a importância de cavernas de todos os tamanhos para a reprodução e proteção das populações de morcegos da Caatinga, incluindo espécies endêmicas e ameaçadas de extinção. O esforço desta tese, com a colaboração fundamental de muitas pessoas valiosas, é uma maneira de descrever e ter uma visão mais profunda da história natural e ecológica da fauna de morcegos pouco conhecida da floresta seca sazonal da Caatinga no Brasil.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - MARLON ZORTÉA - UFG
Presidente - 1718346 - EDUARDO MARTINS VENTICINQUE
Externo à Instituição - ENRICO BERNARD - UFPE
Interno - 1439088 - MAURO PICHORIM
Externa à Instituição - VALERIA DA CUNHA TAVARES - UFPB
Notícia cadastrada em: 17/02/2020 10:00
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