Sobrevivência aparente de aves neotropicais e fatores relacionados à sua variação
Captura-marcação-recaptura ; Sobrevivência aparente; Demografia; Cormack-Jolly-Seber; Florestas secas tropicais; Neotrópicos; Aves tropicais; Populações de aves;
A conservação eficaz das populações de aves requer conhecimento sobre a relação entre as condições ambientais e as taxas demográficas. Uma generalização amplamente difundida acerca da história de vida deste taxon é que aves de regiões tropicais possuem maior longevidade e ritmo de vida lento, enquanto as de regiões temperadas apresentam baixa sobrevivência e ritmo de vida rápido. Isto porque as taxas demográficas estão relacionadas com o gradiente latitudinal das condições ambientais como temperatura e disponibilidade de alimento. Apesar do crescente número de estudos a respeito da sobrevivência de aves neotropicais, apenas uma pequena porcentagem de espécies foi avaliada. Além disso, a maior parte dos estudos são realizados em florestas úmidas, dando origem a um banco de dados restrito geograficamente. A grande extensão territorial, bem como a diversidade de ambientes e climas torna esta área propícia para avaliar hipóteses sobre variações na história de vida das aves. A tese está dividida em três capítulos e visa identificar tendências espaço-temporais na sobrevivência de aves neotropicais, com base na variação das condições ambientais. Realizamos as análises com dados próprios, obtidos através de captura-marcação-recaptura e dados adquiridos a partir de levantamento bibliográfico. Considerando o baixo número de estudos que retratam sobrevivência de aves em florestas tropicais secas e as particularidades climáticas destas áreas, no primeiro capítulo nós caracterizamos a sobrevivência aparente de aves em florestas tropicais secas localizadas nos neotrópicos e analisamos sua relação com a intensidade da sazonalidade. No segundo capítulo, visto que os dados de sobrevivência de aves neotropicais são restritos espacial e taxonomicamente, estimamos a sobrevivência aparente para 145 populações, de nove localidades, distanciadas por até 64º de latitude, para avaliar a relação entre sobrevivência e variáveis climáticas. As áreas estudadas nesse capítulo incluíram tanto florestas úmidas quanto ambientes sazonais. O terceiro capítulo, ainda em construção, tem como objetivoentender como varia a sobrevivência em populações de uma mesma espécie.