Coloração, Performance e Seleção Sexual em Tropidurus hispidus
Escolha da fêmea, competição entre machos, força de mordida, velocidade, coloração, lagartos e América do Sul.
Nesta proposta esperamos resolver os seguintes questões: Existe diferenças na coloração entre machos e fêmeas de Tropidurus hispidus? As fêmeas utilizam características da coloração para escolher parceiros? A coloração dos machos prediz o resultado de disputas em contextos agonísticos? Existe relação entre coloração e performance (velocidade e força de mordida)? Para isso utilizaremos como modelo o T. hispidus Spix (1825) a maior espécie do grupo Torquatus. Os lagartos desse gênero são diurnos, extremamente abundantes, heliófilos, forrageadores senta-e- espera, territoriais, ocorrendo predominantemente em formações abertas. Utilizamos um espectrofotômetro para mensurar as variáveis de cor, um transdutor de carga acoplado a um amplificador para mensurar a força de mordida, câmeras de vídeos e uma pista de corrida para lagartos para obter os dados de velocidades. Para saber se a cor é usada como sinal de dominância e critério para escolha das fêmeas, realizamos dois experimentos controlados, no qual pareamos os machos pelo tamanho. O primeiro, de escolha dos machos pelas fêmeas, no qual dois machos foram colocados em um terrário dividido em trẽs partes, cada macho ficava em um compartimento e não tinham contato visual entre eles e a fêmeas no outro compartimento com total acesso visual aos dois machos. O segundo de interações agosnísticas entre machos, no qual os animais foram colocados em um terrário durante 30 min, neste período foram registrado todos os comportamento para determinar os vencedores em cada rodada. Paralelamente, as variáveis de cor foram usadas para diferenciar machos de fêmeas e descobrir se as fêmeas usam a cor na escolher seu parceiro. Para constatar se existe relação entre cor e perfomance fizemos uma correlação entre as variáveis de cor, força da mordida e desempenho locomotor. Com isso, pretendemos ter uma melhor compreensão da evolução do design do sinal e como agem a seleção intra- e intersexual neste processo. Nossos primeiros resultados mostraram claramente que T. hispidus exibe dicromatismo sexual e que este é percebido por conspecíficos. Das onze áreas do corpo usadas para comparar machos e fêmeas, nove mostraram diferenças significativas. Para a região dorsal, o croma vermelho é a variável que mais discrimina machos de fêmeas. Enquanto que para a região ventral o brilho é a que melhor distingui machos de fêmeas. Além do brilho, o croma UV na região ventral da base da cauda, também distingue os sexos. A modelagem visual mostrou que essas diferenças são percebidas por outro lagarto, confirmando os dados de espectrofotometria.