Caracterização ecofisiológica de sementes de espécies lenhosas da Caatinga
Caatinga; Dormência; Velocidade de germinação; Conteúdo de reservas; Tamanho da semente.
A dormência é uma propriedade inerente às sementes que definem as condições ambientais em que estas são capazes de germinar e sua presença é uma característica adaptativa comum em espécies que habitam regiões semiáridas. Além disso, a capacidade de estabelecimento das plântulas nesses ambientes tem sido relacionada ao tamanho, vigor e características químicas de suas sementes. O presente estudo pretende verificar padrões de dormência e velocidade de germinação (IVG) em espécies arbóreas da Caatinga, explorando como o tamanho da semente influenciaria os processos de germinação, tamanho das plântulas e a alocação de biomassa. Além disso, almeja-se investigar características químicas das reservas, verificando uma possível relação entre seu conteúdo nutricional e o processo de germinação das sementes. Para tanto, foram coletadas sementes de dez espécies arbóreas da Caatinga para a realização dos testes de superação da dormência, germinação e caracterização bioquímica. No geral, os resultados mostram que os tratamentos de escarificação mecânica e química, além do choque térmico influenciaram positivamente a porcentagem e velocidade de germinação em 50% das espécies, sugerindo que estas apresentam algum nível de dormência física em suas sementes. A caracterização bioquímica mostrou a existência de grande quantidade de carboidratos nas sementes de todas as espécies, baixa proporção de proteína, e baixa quantidade de lipídios neutros. Com o uso de regressões lineares, foi demonstrada a existência de relação significativa entre o tamanho da semente e a razão raiz/parte aérea, onde sementes as maiores investiram uma maior quantidade de recursos para o crescimento da raiz. A relação entre o IVG e o teor de açúcares não redutores também se mostrou significativa, de forma que estes compostos tem relação com a manutenção da qualidade fisiológica das sementes. Estes resultados corroboram algumas relações discutidas na literatura para espécies cultivadas, mas que podem ser aplicadas às espécies nativas da Caatinga.