Estudo de concretos autoadensáveis com reduzidos teores de cimento e elevados teores de adições minerais
Durabilidade; sustentabilidade; sílica da casca de arroz; cinza da cana-de-açúcar; Migração de cloretos.
O processo de produção de concreto gera um significativo impacto ambiental por ser um dos maiores consumidores de matéria-prima, como areia, pedra, cascalho moído e água. Entretanto, o maior impacto é causado pela produção do cimento Portland, material indispensável ao concreto. Materiais como a cinza do bagaço da cana-de-açúcar, sílica da casca de arroz, metacaulim e sílica ativa, são adições minerais que desempenham importante papel nas propriedades de resistência e de durabilidade, quando utilizados em mistura com cimento Portland e, sob certas condições, podem perfeitamente substituir altos teores cimento nas misturas, conferido a elas, além dos benefícios conhecidos que a redução de cimento acarreta, aumento significativo de durabilidade. A utilização de concreto autoadensável (CAA) tem crescido significativamente por suas características de alta fluidez e coesão e pela possibilidade de moldagem in loco sem vibração, formando um produto livre de vazios e falhas e que apresenta também, capacidade de fluxo através do seu peso próprio preenchendo completamente as fôrmas e atingindo a compactação mesmo em estruturas densamente armadas. Frente ao exposto, este trabalho se propôs avaliar as propriedades reológicas, físicas, mecânicas e de durabilidade dos eco-concretos autoadensáveis com a incorporação de altos teores de cinza da biomassa da cana-de-açúcar, sílica da casca de arroz e metacaulim. Para isso, foram analisados concretos com incorporação de 40% e 50% e um concreto autoadensável com materiais convencionais sem adições minerais para utilização como referência. Os resultados evidenciaram que a sinergia resultante das misturas desenvolvidas revelou desempenhos mecânicos e de durabilidade superiores ao CAA de referência, concluindo-se então que é possível produzir concretos autoadensáveis com desempenhos promissores e com redução significativa do consumo de cimento para níveis de cerca 220 kg / m3, contribuindo assim para a sustentabilidade da indústria da construção, minimizando energia liberada e a compactação.