Emprego de Geossintéticos na Construção de Telhados Verdes: Análise da Capacidade de Retenção de Água
Drenagem urbana; sustentabilidade; green roof; medida compensatória.
Considerando a situação ambiental atual das grandes cidades, bem como a impermeabilização do solo, o que acaba por diminuir a capacidade de infiltração da água, este trabalho apresenta o telhado verde como alternativa viável e compensatória no controle do escoamento superficial urbano. Os telhados vivos, coberturas vegetadas ou ecotelhados como também são chamados, além de contribuírem no controle do escoamento superficial urbano, proporcionam vantagens, como a diminuição de ilhas de calor em centros urbanos, bom isolamento térmico em climas frios e quentes, melhora da qualidade do ar e outros. As coberturas verdes são relativamente populares na Europa, especialmente na Alemanha, país onde há uma ampla e crescente utilização do sistema. Os geossintéticos mostram-se importantes para o avanço da técnica, podem ser utilizados com diferentes funções, como na impermeabilização da base, na proteção contra raízes, como filtro, na drenagem, no armazenamento de água e na estabilidade do substrato. Como objetivo geral desta pesquisa, buscou-se a partir de modelos físicos experimentais e um simulador de chuvas, observar a capacidade de retenção de água para diferentes configurações de telhados verdes. As variações foram no material geossintético utilizado como camada drenante e na inclinação dos módulos. Aspectos construtivos e de funcionamento dos módulos também foram observados. Como resultados, comprovou-se que os telhados verdes mesmo que com 4 cm de altura de substrato, conseguem reter considerável quantidade de água, que somado ao atraso no inicio do escoamento, os torna uma medida compensatória nos sistemas de drenagem urbana. A capacidade de retenção, do módulo que teve uma geomanta como camada drenante ficou entre 47% quando inclinado e 65% quando plano. Essa retenção foi obtida para intensidades de precipitação de 44 mm/h e 42 mm/h respectivamente, para simulações de 20 minutos. Para este mesmo módulo, o atraso no inicio de escoamento foi de 9 minutos quando inclinado e 15 minutos quando plano, comprovando que a inclinação da cobertura verde influencia na capacidade de retenção e no tempo de inicio de escoamento. O módulo em que apenas um geotêxtil separava o substrato da camada de impermeabilização apresentou uma excelente capacidade de retenção de água, mas a capacidade de drenagem foi insuficiente, ou seja, a intensidade de precipitação foi superior a vazão apresentada pelo sistema, levando-o a transbordar. No módulo com a geomanta como camada drenante o sistema funcionou perfeitamente, não apresentando transbordamento em nenhuma ocasião. Quanto à utilização dos geossintéticos, eles possibilitaram a montagem dos módulos sem maiores problemas, de forma simples e rápida, bastando apenas algumas horas para fixar os materiais e plantar a vegetação.