PPGH/CCHLA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA Telefone/Ramal: (84) 3342-2246/755 https://posgraduacao.ufrn.br/ppgh

Banca de DEFESA: RODRIGO OTAVIO DA SILVA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: RODRIGO OTAVIO DA SILVA
DATA: 27/08/2012
HORA: 14:30
LOCAL: Sala C-5 do setor II de aulas
TÍTULO:

SAIR CURADO PARA A VIDA E PARA O BEM: linhas, diagramas e dispersão de forças no complexus nosoespacial do Hospital de Caridade Juvino Barreto (1909-1927)


PALAVRAS-CHAVES:

Hospital de Caridade Juvino Barreto, espacialidade médico-hospitalar, práticas médicas.


PÁGINAS: 352
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: História
RESUMO:

Este trabalho tem por objeto de estudo o Hospital de Caridade Juvino Barreto, instituição nosocomial localizada na cidade do Natal (RN), entre a Praia de Areia Preta e o Monte Petrópolis, focalizando-o no período compreendido entre 1909, ano em que o novo edifício hospitalar fora construído e inaugurado, e 1927, data da transferência de sua administração de domínio público para a recém-criada associação médica da Sociedade de Assistência Hospitalar (SAH). Estudamos as condições de possibilidade da emergência desse espaço hospitalar no ambiente urbano da capital do Rio Grande do Norte, buscando compreender as diferentes táticas e estratégias implementadas pelos  sujeitos históricos envolvidos  na constituição desse nosocômio. Partindo de um corpus documental constituído de memórias médicas (tendo o Doutor Januário Cicco como observador privilegiado), informações presentes em jornais (A República e O Diário do Natal), acervo fotográfico e extenso material de natureza administrativa e legal (Discursos, Exposições, Falas, Leis, Relatórios e Resoluções), analisamos detalhadamente a geografia médica do HCJB, relacionando os discursos da Geografia e da Medicina na escolha da localização espacial do referido nosocômio hospitalar, bem como examinamos a arquitetura do hospital, sua espacialidade interna, divisões, formas de controle do espaço, e, por fim, abordamos  as práticas médicas que se desenrolaram no seu interior, conduzindo-nos, a esse respeito, a partir das experiências do chefe de clínicas do hospital, o Dr. Januário Cicco, destacando-se aí a discussão sobre a “ética” no trabalho médico-hospitalar. A percepção do HCJB como nosoespacialidade médica sempre em movimento, constituída segundo princípios taxonômicos baseados na diferença e na dispersão de forças, levou-nos a articulá-lo teoricamente a partir do arsenal conceitual-metodológico do filósofo Michel Foucault, em especial suas reflexões da fase genealógica, centradas no fenômeno do poder, posição que nos permite valorizar o espaço nosohospitalar como construção, invenção, produto de relações de força, que conferem ao nosocômio aspecto inacabado, aparente, sempre em jogo, possibilidade perpétua de modelagem que não tem matriz previamente definida, instaurando-o no campo do possível, da virtualidade, da potência: hospital que poderia ter sido e que não foi. Essa instabilidade marcou a vida do HCJB ao longo das primeiras décadas do século XX. Com efeito, a investigação dos diversos aspectos/elementos do espaço hospitalar do Juvino Barreto revelou-nos novas dimensões da espacialidade médico-hospitalar, muito mais complexa do que a simples e corrente idéia de um lugar para abrigo de doentes: a plasticidade e fluidez do espaço, que não se deixava circunscrever aos limites da empeiria, plasmando-se ao sabor das relações de força travadas entre os diferentes sujeitos; sua constituição como espaço de transição, heterotópico, fazendo conviver no seu interior elementos modernos com pré-modernos (médicos profissionais trabalhando com religiosas, pensamento cético da medicina positivista convivendo com a fé religiosa das freiras de Santana); a impossibilidade de se pensar o espaço noso-hospitalar do HCJB enquanto unidade homogênea, estática, transistórica, naturalizando essa espacialidade, sem se considerar as profundas diferenças, fraturas e deslocamentos que animavam sua própria existência, multiplicando as suas expressões identitárias.      


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - ANDRE MOTA - USP
Presidente - 1088824 - RAIMUNDO NONATO ARAUJO DA ROCHA
Interno - 1149437 - RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
Notícia cadastrada em: 16/08/2012 15:16
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