A capitania de São José do Piauhy na racionalidade espacial pombalina (1750 - 1777)
Política Pombalina, Capitania de São José do Piauhy, Cartografia.
Em meio às intervenções políticas, econômicas e administrativas realizadas no Brasil a partir de 1750, é possível observar como se deram as tentativas de organização da capitania de São José do Piauhy e até mesmo o seu reconhecimento como importante pólo pecuarista da colônia. Neste trabalho, realizou-se um recorte espacial priorizando a área em que a apropriação territorial teria se dado de forma mais diversa em tal capitania, pois além dos procedimentos de aquisição de sesmarias, existiram ainda os processos de herança e confisco. Sobre esses últimos, os mesmos incidiram sobre as fazendas que pertenceram ao sertanista baiano Domingos Afonso Mafrense, e que após serem deixadas de herança para os religiosos da Companhia de Jesus (1711), foram confiscadas pela Coroa Portuguesa (1759). Isso aconteceu em meio ao planejamento e execução de medidas governamentais que atingiram todos os domínios portugueses durante esse período, a chamada Política Pombalina. Tais intervenções administrativas, por sua vez, puderam ser analisadas tomando-se como referência a confecção da primeira representação cartográfica destinada a tal capitania, o Mappa Geográfico da Capitania do Piauhy, produzido pelo engenheiro italiano Henrique Antônio Galúcio. Deste modo, considerando-se as particularidades da política portuguesa destinada ao interior do Brasil, em meados do séc. XVIII, com destaque para as medidas incidentes sobre os “modos de vida indígena e rural”, observou-se a tentativa de implantar-se uma nova forma de organização espacial, a partir de “modos e instalações urbanas”. Neste contexto, São José do Piauhy passa a ser alvo de intensas investidas enquanto área oficialmente pertencente ao Estado do Grão-Pará e Maranhão