PPGH/CCHLA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA Telefone/Ramal: (84) 3342-2246/755 https://posgraduacao.ufrn.br/ppgh

Banca de QUALIFICAÇÃO: RONALD DE FIGUEIREDO E ALBUQUERQUE FILHO

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : RONALD DE FIGUEIREDO E ALBUQUERQUE FILHO
DATA : 12/12/2022
HORA: 14:00
LOCAL: meet.google.com/rou-yowm-ypx
TÍTULO:

Espaço, biopoder e necropolítica: o Campo de Concentração do Burity e o Caldeirão da Santa Cruz do Deserto em Crato, Ceará


PALAVRAS-CHAVES:

Caldeirão da Santa Cruz do Deserto; Campo de Concentração do Buriti; Estado; Eugenia; Necropolítica.


PÁGINAS: 108
RESUMO:

A presente pesquisa tem como temática a formação de dois espaços que, com iniciativas diferentes em sua organização e seus objetivos, tiveram em comum a aglomeração de pessoas que migravam de suas terras natais e de origem rural para a cidade do Crato, no interior do estado do Ceará. Estamos falando da comunidade do Caldeirão da Santa Cruz do Deserto criado em 1926 e destruído definitivamente pelo Estado em 1938, e do Campo de Concentração do Buriti criado durante a seca de 1932 e tendo suas atividades finalizadas em 1933. A perspectiva da nossa análise é que, apesar de serem forjados de forma diferente, ambos os espaços, os quais foram inclusive experiências contemporâneas entre os anos de seca de 1932 a 1933, tiveram características comuns sobretudo no que se refere a gente que lá se encontrava, pessoas de origem rural, as quais naquela época eram vistas como um empecilho para o momento de transformação que a elite da sociedade brasileira exigia. Estudar esses dois espaços é estudar a história dos sertanejos que migravam, seja para um espaço também rural onde poderiam ter outras formas de existência em que os trabalhadores e trabalhadoras usufruíssem do seu próprio trabalho, o que não acontecia nas propriedades onde os fazendeiros mantinham uma relação de posse da terra visando o mercado e a mercadoria; seja migrando para a cidade para também buscar uma nova forma de vida, a qual se diferenciava daquela que estes trabalhadores e trabalhadoras estavam habituados na zona rural. A nossa pesquisa leva em consideração alguns conceitos como o de necropolítica, que a partir da análise de Achille Mbembe, o qual articula a ideia de biopoder de Michel Foucault com o estado de exceção de Giorgio Agamben, afirma “a soberania consiste no poder de fabricar toda uma massa de gente habituada a viver no fio da navalha ou, ainda, à margem da vida – gente para quem viver é estar sempre a prestar contas com à morte” (MBEMBE, 2017, p. 64- 65). A ideia de que existem pessoas que, por projeto político soberano estão vivendo à margem da própria vida. O que vemos de acordo com Mbembe, é que também na democracia burguesa, existe um projeto que naturaliza e normaliza o estado de exceção em um dado segmento da sociedade, onde tudo é possível, inclusive tirar a vida de pessoas indesejadas ou as condições básicas de existência destas, expondo corpos à morte.


MEMBROS DA BANCA:
Interno - 1879280 - LIGIO JOSE DE OLIVEIRA MAIA
Interno - 2277360 - MAGNO FRANCISCO DE JESUS SANTOS
Presidente - 1675519 - SEBASTIAO LEAL FERREIRA VARGAS NETTO
Notícia cadastrada em: 04/11/2022 14:44
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