PPGH/CCHLA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA Telefone/Ramal: (84) 3342-2246/755 https://posgraduacao.ufrn.br/ppgh

Banca de QUALIFICAÇÃO: GIOVANNI ROBERTO PROTÁSIO BENTES FILHO

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : GIOVANNI ROBERTO PROTÁSIO BENTES FILHO
DATA : 08/11/2021
HORA: 10:00
LOCAL: meet.google.com/gyr-isrx-vgf
TÍTULO:

Entre o rio e o mar: o bairro das Rocas e sua relação com os outros espaços da cidade de Natal (1900-1950).


PALAVRAS-CHAVES:

Cidade; Urbano; Subúrbio; Natal; bairro das Rocas.


PÁGINAS: 152
RESUMO:

Esta tese tem por objetivo investigar o processo de urbanização da cidade de Natal, assim como o seu processo de suburbanização, na primeira metade do século XX, tendo como objeto privilegiado nas análises o bairro das Rocas. A partir da leitura e crítica das fontes como jornais, relatórios governamentais, leis, decretos, fotografias, assim como pela própria produção historiográfica sobre o tema da história urbana de Natal do período em exame, percebemos como alguns espaços da cidade foram favorecidos durante seu processo de urbanização/modernização e como o bairro das Rocas, além de estar localizado fisicamente à margem do rio e do mar, esteve também à margem daquele processo e, num certo sentido, à margem da história. Os projetos, os planos urbanísticos, o desenho das ruas, a legislação regulamentadora dos espaços e sua fiscalização, que tinham no ideário sanitarista a ponta de lança de suas ações, possuíam um caráter segregador e excludente, pois estavam relacionados aos desejos das elites de garantir o aformoseamento e modernização da cidade, a partir da técnica, da racionalidade, do domínio da natureza e do progresso. Rocas só foi elevado à categoria de bairro, oficialmente, no ano de 1947, através da lei nº 251, que dividia a cidade de Natal em onze bairros, sendo nove deles pertencentes a área urbana, dos quais Rocas fazia parte, e dois deles pertencentes à região suburbana, os bairros das Quintas e do Carrasco. Tal lei foi aprovada durante a gestão municipal de Sylvio Piza Pedroza (1946-1950). Antes disso, a identificação da região das Rocas, para efeitos administrativos da cidade, era muito confusa, uma vez que encontramos nas fontes Rocas sendo associada às categorias espaciais de “povoado”, “comunidade”, “arrabalde”, “subúrbio” e até mesmo de bairro, como fizera Januário Cicco ao tratar das Rocas no seu “Como se hygienizaria Natal: algumas considerações sobre o seu saneamento”, publicado em 1920. Rocas era o lugar de moradia de boa parte da classe trabalhadora da cidade: pescadores, lavadeiras, empregados domésticos, trabalhadores do porto, operários da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte, pequenos comerciantes, entre outros. Até a década de 1930, a imagem das Rocas era identificada como lugar da marginalização social, do perigo, da insalubridade, da desordem, da pobreza e do crime. A partir da década de 1940, principalmente durante a gestão de Sylvio Pedroza, o imaginário urbano sobre aquele bairro vai aos poucos se alterando, sendo relacionado ao espaço da tradição, da cultura e dos festejos populares. O jovem prefeito, projetado pelos grupos dirigentes da cidade e pela imprensa como homem moderno e progressista, operou modificações ou “melhoramentos” na estrutura urbana da cidade, colocando em seus projetos os bairros pobres em evidência. Em vista disso, também faz parte de nossos objetivos identificar o que motivou essa mudança de perspectiva sobre o bairro das Rocas. Assim, lançando luz sobre uma parte da cidade, o bairro das Rocas, que ficou à margem do processo urbanização de Natal durante boa parte do período em exame, temos condições de visualizarmos outras formas de percepção, concepção e organização dos espaços e das relações sociais na cidade; assim como podemos perceber melhor o embaralhamento das lógicas sociais, identificando, por exemplo, as ações dos grupos dominantes no tocante ao bairro das Rocas e os efeitos delas no cotidiano de seus moradores, mesmo que de modo bastante fragmentário.


MEMBROS DA BANCA:
Interno - 2277360 - MAGNO FRANCISCO DE JESUS SANTOS
Interno - 1088824 - RAIMUNDO NONATO ARAUJO DA ROCHA
Presidente - 1149437 - RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
Notícia cadastrada em: 28/10/2021 11:12
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