UMA ESCOLA DA INFÂNCIA: CULTURA E ESPAÇO ESCOLAR DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO INFANTIL (1979-2006).
Cultura escolar; Espaço escolar; Infância; Núcleo de Educação Infantil; Natal/RN.
Este trabalho tem por objetivo apresentar os resultados parciais de nossa tese de doutorado sobre a cultura e o espaço escolar do Núcleo de Educação Infantil (NEI-CAp-UFRN), entre os anos de 1979 e 2006. Utilizamos como referencial teórico para interpretar o NEI o conceito de cultura e espaço escolar, uma vez que professores e crianças, como sujeitos do processo educativo, foram compreendidos em suas ações cotidianas, nas relações que estabeleceram uns com os outros, com o espaço e com os saberes escolares. O estudo pautado nestes conceitos possibilitam discorrer tanto sobre as invariantes estruturais da escola, quanto a responder questões acerca das suas transformações, procurando entender as práticas escolares e questões cotidianas da escola, como forma de apropriação do espaço e do tempo escolar. Nesse sentido, a partir dos relatos de práticas pedagógicas das professoras do NEI, compilados nos Cadernos Faça e Conte e da análise das histórias de faz de conta escritas pelas crianças das turmas de alfabetização e publicadas pelo NEI nos livros da turma 5, procuramos demonstrar como ocorre o entrelaçamento das vivências infantis no espaço escolar e dos saberes ali construídos, bem como se processa a inserção do tema de pesquisa nas diferentes turmas da educação infantil do NEI. Além disso procurarmos demonstrar, de um lado, como a cultura escolar proveniente do aprendizado e das descobertas derivadas dos temas de pesquisa e, de outro, a kindercultura e a cultura de massa influenciaram o imaginário infantil, tornando-se parte da vivência e da experiência das crianças do NEI. Analisamos, ainda, o cotidiano das relações infantis e a representação na infância de temas tais como: família, maternidade e questões de gênero; vivências e experiências infantis no espaço extraescolar; espaços de sociabilidade infantil; o “mapa dos sentimentos” e as “paisagens do medo”; e, por fim. as percepções acerca do eu, do nós e do outro.