PALAVRAS-CHAVE: José Lins do Rêgo, Alteridades Espaciais, Construção Simbólica.
Analisamos neste trabalho a produção discursiva do internato, da cidade e da usina, como espaços de alteridade em relação ao espaço do engenho banguê, na literatura do romancista e memorialista José Lins do Rêgo. Pretendemos problematizar a dimensão simbólica – significados, valores e imagens – mobilizada por esse literato para constituir estas espacialidades, ou seja, como se dá em sua obra a construção figurativa desses espaços literários. Partimos do pressuposto de que os mais diferentes espaços são construções sociais, fruto de investimentos materiais e simbólicos, realizados em um dado momento e por determinados sujeitos. A nossa pesquisa teve como fontes principais as obras do chamado ‘’ciclo da cana-de-açúcar’’, notadamente os romances Doidinho (1933), Moleque Ricardo (1935) e Usina (1936), mas por nos situar no campo da história cultural, trabalhamos com uma diversidade de fontes: escritos memorialísticos, jornais e cartas trocadas. Nosso recorte temporal é baseado no período de publicação das obras analisadas: ele começa em 1933 – data de publicação do primeiro romance Doidinho–e vai até 1936 – data de publicação do último, Usina.