PERGUNTANDO GEOGRAFIAS E CAMINHANDO CALENDÁRIOS: FRAGMENTOS DE UM MOSAICO ZAPATISTA
PALAVRAS-CHAVE: Zapatismo, História da América, História do Tempo Presente, Movimentos Sociais, História Indígena
RESUMO: Partindo de uma posição perspectivista da História, na qual ela está intimamente relacionada aos sujeitos e cenários de sua produção, esta pesquisa versa sobre as mais variadas espacialidades vinculadas ao Movimento Zapatista, de modo que, compreendemos o espaço como ator protagonista nas ações, construções simbólicas, discursivas, estruturais e subjetivas deste rico e complexo movimento social-indígena. Perscrutando as diferentes dimensões espaciais, perpassando o âmbito local, nacional, internacional e metafórico/simbólico/imagético/estético de sua construção como movimento histórico, as espacialidades zapatistas – que aqui trazemos como fragmentos de um mosaico – são inquiridas a fim de descortinar penumbras escondidas na história do movimento, bem como do México e do mundo – e contribuir para uma compreensão histórica mais densa sobre o processo histórico que culminou na sublevação armada desses indígenas do estado de Chiapas – e, de mesmo modo, oferecer novas perspectivas para as visões de mundo, identidades, culturas e histórias que constroem o atual cenário mexicano e do mundo, a partir do contexto de globalização e de relações geopolíticas ideologicamente vinculadas ao neoliberalismo. Para tanto, dispomos de fontes primárias como discursos oficiais zapatistas, bem como representações acerca dos zapatistas que nos contribuem para a compreensão dos seus signos e símbolos. Em suma, nossa proposta é suscitar novas provocações históricas a partir deste movimento e suas relações com os espaços na busca de um novo México e de nova sociabilidades para um novo mundo.