Banca de QUALIFICAÇÃO: VICTOR ANDRÉ COSTA DA SILVA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : VICTOR ANDRÉ COSTA DA SILVA
DATA : 26/08/2019
HORA: 14:00
LOCAL: Miniauditório da BCZM
TÍTULO:

GUERRA JUSTA E DESTERRITORIALIZAÇÃO: ÍNDIOS, COLONIZADORES E NOVAS CONFIGURAÇÕES ESPACIAIS NA CAPITANIA DO RIO GRANDE (C. 1680-1720)

PALAVRAS-CHAVES:

Guerra dos Bárbaros; Ribeira do Açu; Guerra justa; Desterritorialização.

PÁGINAS: 58
RESUMO:

O presente trabalho se propõe a analisar a trajetória da constituição do aparato jurídico da Guerra Justa enquanto um meio que catalisou o processo de desterritorialização da capitania do Rio Grande, em especial a região do Açu, nas décadas finais do século XVII e iniciais do século XVIII. Ao partir dos debates jurídicos e teológicos desde o século XV, pretende-se observar os desdobramentos dessas discussões na realidade prática dos colonizadores ao se defrontarem com grupos indígenas diversos. Desse modo, pode-se perceber a instrumentalização desse artificio legal não apenas na legislação indigenista, como também nas ações de autoridades e moradores, que amparados sobre o argumento da guerra justa, puderam intensificar o processo de alastramento das fronteiras institucionais da Coroa portuguesa. Aproximadamente, entre 1680 e 1720, a região do Açu enfrentou grande incidência da guerra justa, e os índios daquela espacialidade tiveram de se organizar enquanto grupos em um novo contexto histórico expansionista e novos espaços, haja vista que os seus territórios foram alvos também de uma nova apropriação, portanto, uma série de conflitos envolvendo indígenas, moradores e autoridades locais motivou uma nova configuração espacial da capitania do Rio Grande. Esses embates no Açu são comumente associados pela historiografia à Guerra dos Bárbaros, evento de grande proporção territorial e temporal, e de consequências sem medidas. A Guerra dos Bárbaros marcou o período colonial e representou uma soma de diversas guerras justas, tendo ocorrido desde 1661, não apenas na Ribeira do Açu, mas alcançando as regiões do sertão de Rodelas, em Pernambuco; a Ribeira do Jaguaribe, no Ceará; além dos sertões do Piauí e Paraíba. Aqui, objetiva-se refletir historicamente de maneira mais específica sobre as discussões que tratam das guerras justas no Açu, atentando para essa parte da Guerra dos Bárbaros de modo que privilegie uma perspectiva voltada, apesar da restrição representada pelo caráter burocrático das fontes, para o protagonismo indígena. 

MEMBROS DA BANCA:
Interna - 1324248 - CARMEN MARGARIDA OLIVEIRA ALVEAL
Interno - 2432663 - HELDER ALEXANDRE MEDEIROS DE MACEDO
Presidente - 1879280 - LIGIO JOSE DE OLIVEIRA MAIA