ESPAÇO, MEMÓRIA E IMAGEM: A FAZENDA EM 12 ANOS DE ESCRAVIDÃO (2013)
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A fazenda, enquanto símbolo, imagem ou metáfora, pode ser entendida como um espaço de disputas, no qual a memória da nação é ancorada. Este local foi constantemente agenciado pelo cinema norte-americano quando este se propôs a narrar o passado escravocrata. O autor Ron Eyerman na obra Cultural Trauma: Slavery and the Formation of African American Identity explora a formação da identidade afro-americana por meio da teoria do trauma cultural. O trauma em questão seria a escravidão, não enquanto uma instituição ou experiência pessoal, mas como memória coletiva: uma lembrança generalizada que fundamentou a formação de uma identidade negra nos Estados Unidos. Sob essa perspectiva, o presente trabalho objetiva analisar de que maneira o filme Doze Anos de Escravidão representa a fazenda e, consequentemente, como auxilia na constituição de uma identidade para a comunidade negra norte-americana, a partir da memória da escravidão.