DE CAPITANIA DONATÁRIA À CAPITANIA RÉGIA: O SENHORIO DE JOÃO DE BARROS NA “TERRA DOS POTIGUARA” - SÉCULO XVI
Senhorio; capitania donatária; capitania régia; capitania do Rio Grande.
O presente estudo tem como objetivo analisar o processo de conversão do senhorio de João de Barros na “Terra dos Potiguara” de capitania donatária para capitania régia, futura capitania do Rio Grande. O recorte cronológico escolhido, segunda metade do século XVI, abrange a data da concessão da capitania donatária realizada pelo rei D. João III (1521-1557) ao oficial do alto escalão da administração ultramarina portuguesa, João de Barros, em 1535, e o longo período em que se manteve como senhorio de Barros, e, posteriormente, do seu herdeiro Jerônimo de Barros. O problema norteador desta investigação perpassou pela questão de o porquê da longeva condição de capitania donatária mesmo com o fato do capitão donatário não ter tomado a posse efetiva da terra, não tê-la conquistado. Para tratar deste assunto, buscou-se analisar a situação de João de Barros na corte como um súdito a serviço das questões do império português dada sua carreira como feitor da Casa da Índia e historiador da expansão portuguesa no Oriente; examinou-se as demandas pleiteadas por Barros junto à Coroa em defesa de seus direitos sobre a capitania na “Terra dos Potiguara” e investigou-se a mudança da condição de capitania donatária para capitania régia.