PPGH/CCHLA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA Telefone/Ramal: (84) 3342-2246/755 https://posgraduacao.ufrn.br/ppgh

Banca de QUALIFICAÇÃO: MARIA SANDRA DA GAMA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MARIA SANDRA DA GAMA
DATA: 16/12/2014
HORA: 14:30
LOCAL: Auditório A, CCHLA
TÍTULO:

" Clara, Edgarda e Olga: cartografias femininas na literatura de Lima Barreto (1904-1922)"


PALAVRAS-CHAVES:

Lima Barreto. Literatura. Mulheres. Cartografias.


PÁGINAS: 139
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: História
RESUMO:

Os anos de 1904 a 1922 marcaram a intensa produção de Lima Barreto, que se compõe, entre tantas possibilidades, num fecundo painel de fontes para o estudo de sua apreensão sobre as mulheres. Barreto desenvolveu sua literatura num período em que as engrenagens científico- administradoras do país coibiam comportamentos e atitudes das pessoas, a partir da determinação de ideaisque não contemplavam as maiorias. Concomitante às coibições, os grupos excluídos fizeram emergir contestações e tentativas de suas participações na nova sociedade em curso, como as que foram empreendidas pelas mulheres objetivando o rompimento com os lugares sociais prescritos para elas. Proposta que gerou temor e ansiedade entre os contemporâneos conservadores, principalmente entre os homens, receosos, diante da fragmentação das convenções que sinalizavam a desestruturação de seus status baseados na masculinidade. Nesse momento histórico Lima elaborou seu projeto artístico- literário militante de combate a quaisquer formas de cerceamento dos comportamentos e das liberdades de expressão. O escritor mulato, de escrita simples, em dissenso com o modismo literário, assim como as mulheres, integrava as parcelas dos marginalizados da oficialidade. Nos textos do autor é possível observar a operação de desmonte dos mecanismos que limitavam a inserção das pessoas no novo cenário republicano. Lima fez de sua escrita olugar de inscrição das coletividades, onde tanto procurou se fazer reconhecido, quanto reconhecer o outro. Nessa perspectiva, a investigação proposta no presente trabalho busca inquirir as construções do mundo feminino presente nos textos do autor, especialmente nos romances Clara dos AnjosNuma e a Ninfa e Triste fim de Policarpo Quaresma, observando em que medida as fabricações de Lima sobre as mulheres foram construídas em sintonia com a visão de mundo conservadora em vigência no momento de sua escrita? E, em que medida o romancista criou figuras, ou apresentou outras geografias “do feminino” que desmanchavam os tradicionais padrões sexuais de sua época? Tal estudo se ancora na conexão entre a obra e a vida do autor, desse modo, suas correspondências, anotações pessoais, artigos e crônicas também foram analisados para se apreender as cartografias femininas construídas ao longo do percurso intelectual do romancista. Para efetivação da pesquisa, as abordagens teóricas se ancoraram nas contribuições de Yi Fu Tuan, Félix Guattari e Suely Rolnik com as acepções de lugar e subjetividade respectivamente, bem como a concepção de gênero elaborada por Joan Scott, além do aporte metodológico de Maurice Blanchot, a partir de seu conceito do Fora. Suportes que autorizaram a compreensão da historicidade dos agenciamentos “do feminino” operados por Lima, como registro das intensidades vividas por ele que o fizeram tanto encantar sua força criativa, gerando outras possibilidades e modos de existir para as mulheres, quanto arrefecer seu encantamento, cristalizando “suas” mulheres na submissão aos lugares sociais prescritos.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 336185 - DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
Interno - 1518086 - FRANCISCO DAS CHAGAS FERNANDES SANTIAGO JUNIOR
Externo à Instituição - ILZA MATIAS DE SOUSA - UFRN
Notícia cadastrada em: 15/12/2014 13:11
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