CONFLITOS NA COLÔNIA SINIMBÚ: O TRABALHO E A SECA NO RIO GRANDE DO NORTE NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XIX
Rio Grande do Norte; Homem pobre livre; Colônia Sinimbú; Organização do trabalho livre.
No ano de 1878 fundava-se na província do Rio Grande do Norte, entre Ceará-Mirim e Extremoz, a Colônia Agrícola de Sinimbú. Neste lugar chegariam cerca de 6.600 homens pobres livres, motivados pela terrível seca de 1877, mas também pela promessa de trabalho e proteção pelos governantes locais, garantindo-lhes o direito de cidadãos e de sobrevivência. No entanto, não foi isso que se pôde averiguar, já que as condições dentro do referido estabelecimento agrícola eram de penúria e violência, conforme analisado nos relatórios presidenciais do Rio Grande do Norte de 1878. Logo, este trabalho tem como finalidade investigar os conflitos ocorridos dentro de Sinimbú de maneira a problematizá-lo como um espaço de tensões e conflitos, inserindo-o no contexto da transição das relações de trabalho escravo para o assalariado livre e das políticas de incentivo à lavoura. Desta maneira, pretendemos demonstrar que as estratégias de organização do braço livre – e as diferentes experiências e formas de resistência dos homens pobre livre – ao longo da segunda metade do século XIX repercutiram tanto na promulgação de leis e dispositivos legais, quanto na criação de espaços institucionalizados, visando submeter o nacional livre a uma lógica de trabalho pautada na disciplina do corpo, tempo e espaço.