Banca de DEFESA: ANA CLAUDIA PEREIRA DE OLIVEIRA - (Retificação)

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.

DISCENTE: ANA CLAUDIA PEREIRA DE OLIVEIRA

DATA: 21/02/2011

HORA: 08:00

LOCAL: Anfiteatro das Aves, CB - UFRN

TÍTULO:

CARACTERIZAÇÃO E COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA DE UM ECOSSISTEMA SAVÂNICO NO RIO GRANDE DO NORTE, BRASIL: SUBSÍDIOS PARA A CONSERVAÇÃO


PALAVRAS-CHAVES:

Áreas-chave de biodiversidade. Cerrado. Espécies raras. Tensão ecológica


PÁGINAS: 98

GRANDE ÁREA: Outra

ÁREA: Multidisciplinar

RESUMO:

Estudos sobre a biodiversidade brasileira são ainda muito escassos, sendo possível observar uma grande discrepância de conhecimentos entre as várias regiões do país. Esta afirmação está baseada no fato de que foram identificadas para o Brasil 2.256 espécies raras de plantas e 752 áreas-chave para biodiversidade (ACBs), no entanto, o Rio Grande do Norte foi o único estado brasileiro que não apresentou nenhuma espécie rara e nenhuma área-chave para biodiversidade, possivelmente, devido à escassez de levantamentos florísticos nesse estado. O presente estudo foi realizado em um ambiente especial: uma área de tensão ecológica com fisionomia savânica localizada no município de Rio do Fogo, RN. Esse ecossistema savânico está representado na forma de pequenas manchas e imerso entre a caatinga e a restinga.  Foi identificado e descrito apenas com base em imagens de radar, não havendo, até o presente momento, estudos in loco, sendo este um trabalho pioneiro nesse tipo de ambiente. Neste contexto foram elaboradas algumas perguntas sobre essa área de tensão ecológica: 1) A região delimitada e descrita por meio de imagens de radar pelo RADAMBRASIL, pode ser associada ao ecossistema cerrado, do ponto de vista florístico?;  2) Qual é a composição florística dessa área? Esta inclui alguma espécie rara, endêmica ou ameaçada de extinção?; 3) Qual é a distribuição geográfica e fitogeográfica das espécies vegetais registradas nessa área?; 4) Essas espécies são exclusivas ou possuem afinidades com outras províncias fitogeográficas brasileira? e 5) Qual é o significado deste local específico para a flora regional e nacional do Brasil? Visando responder a essas indagações foi realizado um levantamento florístico, no período de agosto/2007 a setembro/2009. Os resultados obtidos são apresentados em forma de dois capítulos (artigos). O capítulo 1, intitulado “Vegetação savânico do Rio Grande do Norte: aspectos fitogeográficos” será submetido à Revista Brasileira de Botânica. Aborda a distribuição fitogeográfica das espécies, através da comparação com estudos florísticos realizados nos cerrados do Planalto Central e do Nordeste, com as restingas do Nordeste e com as caatingas. As análises dos dados obtidos no presente trabalho e através de compilação com outros estudos foi possível verificar que: i) a área de estudo demonstrou uma riqueza de diversidade considerável, tendo em vista que foram registradas 94 espécies em uma área com pequena extensão (400ha); ii) desse total, 63% das espécies de acordo com a Lista de Espécies da Flora do Brasil são consideradas como sendo do cerrado e, segundo bibliografias especializadas corresponde a 61% das espécies. Floristicamente os dados apontaram que o fragmento de vegetação savânica estudada trata-se de um cerrado litorâneo que recebe influência de outras floras podendo o mesmo então ser caracterizado como ecótono de cerrado. O capítulo 2, intitulado “A floristic survey in a cerrado ecosystem of Rio Grande do Norte, Brazil: selecting key areas for conservation” será submetido à Revista Biodiversity and Conservation. Teve como objetivo contribuir para melhorar o conhecimento sobre a flora do Rio Grande do Norte, identificando possíveis espécies raras e, assim, expandir as áreas-chave de biodiversidade no Brasil. Os dados obtidos indicaram que: i) das 94 espécies encontradas na área de estudo, 40 foram registradas pela primeira vez para o Rio Grande do Norte; ii) dessas citações inéditas para o estado, as espécies Stylosanthes montevidensis Vogel (Fabaceae) e Aristida laevis (Nees) Kunth (Poaceae) são indicadas, também, pela primeira vez para a Região Nordeste do Brasil; iii) ocorrem na área 24 espécies endêmicas do Brasil e 63 não endêmicas; iv) Aspilia procumbens Baker (Asteraceae) registrada na área é considerada uma espécie restrita e microendêmica do Rio Grande do Norte, ou seja, espécie rara; v) Aspilia procumbens é também apontada na categoria das espécies criticamente em perigo e Stilpnopappus cearensis Hubber (Asteraceae) uma espécie vulnerável a extinção. O presente estudo aponta um novo ecossistema para o Rio Grande do Norte e apresenta o potencial da área em contribuir com os sítios de significância global para conservação de biodiversidade, seja no âmbito local, regional e nacional. Isso certamente contribuirá para responder alguns dos objetivos fixados pela Estratégia Global para a Conservação de Plantas e da Convenção sobre Diversidade Biológica, tal como, o inventário da diversidade vegetal, em uma região com pouca coleta, que fornecerá dados que contribuem para questões e temas relativos à biodiversidade.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 256.645.303-91 - MARIA IRACEMA BEZERRA LOIOLA - UFC
Interno - 1678398 - JOMAR GOMES JARDIM
Externo à Instituição - FRANCISCA SOARES DE ARAÚJO - UFC
Notícia cadastrada em: 31/01/2011 09:44
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