Banca de DEFESA: JOÃO MODESTO DE MEDEIROS JÚNIOR

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : JOÃO MODESTO DE MEDEIROS JÚNIOR
DATA : 28/02/2018
HORA: 08:30
LOCAL: Anfiteatro das Aves, Centro de Biociências, UFRN
TÍTULO:

PARA ONDE SOPRAM OS VENTOS? IMPACTOS E VULNERABILIDADES SOCIOAMBIENTAIS
DO PARQUE EÓLICO NA COMUNIDADE DE QUEIMADAS


PALAVRAS-CHAVES:

Energia eólica, tecnologia, sociedade, impactos socioambientais, parques eólicos.


PÁGINAS: 103
RESUMO:

O modelo civilizatório gerado a partir da Revolução Industrial, por meio da produção em larga escala e com o
objetivo de obtenção de lucro, passou a utilizar de maneira excessiva as fontes energéticas disponíveis,
especialmente aquelas derivadas de combustíveis fósseis. Após a comprovação dos impactos negativos causados
por essa modalidade energética surge, como alternativa, o uso da força dos ventos, que hoje chamamos de
energia eólica. Esta, por sua vez, muito embora possua impactos de menor dimensão, quando comparada às
demais fontes energéticas, também causam vulnerabilidades ao meio social e ambiental. Deste modo, a presente
dissertação possui como objetivo analisar os impactos e vulnerabilidades socioambientais gerados pela
implementação dos parques eólicos. De modo específico, analisa-se a região do Rio Grande do Norte, por ser um
dos estados brasileiros de maior potencial de produção de energia eólica, e o caso concreto do Parque Eólico
Morro dos Ventos IV, instalado na Comunidade de Queimadas, localizada no município de João Câmara. Mais
que identificar os aspectos ambientais, nossa pretensão é também fomentar a reflexão crítica sobre os aspectos
políticos, econômicos e sociais que levaram ao uso desta energia como também aqueles que envolvem
diretamente a produção desta modalidade energética. Quanto à metodologia, este trabalho utilizou-se da revisão
bibliográfica, especialmente àquelas relacionadas aos estudos de Ciência, Tecnologia e Sociedade, (Winner,
Bazzo, etc), bem como de autores, cujos estudos tratam de temas sobre a energia eólica (tais como: Hofstaetter,
Queroz, Ferraz, May et al, Richetti, Araújo, Taylor, Moura, Budke, entre outros). Por se tratar de um estudo de
caso, também foram utilizadas entrevistas semiestruturadas com os atores sociais que estão diretamente
relacionados ao parque eólico da Comunidade de Queimadas (tais como moradores locais e órgão ambiental,
como o Instituto de Desenvolvimento e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte – IDEMA). Por fim, mesmo
considerando o potencial benéfico dos parques eólicos para o meio ambiente e para a sociedade, ainda há vários
aspectos que devem ser melhor averiguados. Pois, ainda que possua certas vantagens perante outras fontes
energéticas, pode-se concluir que, além dos fatores ambientais, fatores políticos, sociais e econômicos também
pautam as direções que “sopram os ventos” da energia eólica na sociedade. Nosso estudo de caso permitiu
constatar, dentre outros fatores: um processo de licenciamento com falhas normativas graves em sua tramitação; a ausência e o desinteresse da administração da empresa, responsável pelo parque eólico, pelo local; a
inexpressiva geração de renda para a comunidade de Queimadas e a total falta de interação da comunidade com a nova tecnologia que na área fora implantada (o parque eólico). Conclui-se, portanto, que o simples fato de que a
energia eólica seja considerada limpa e renovável e que, por conseguinte, os parques eólicos obedecem a padrões
de políticas cientificas e tecnológicas consideradas a priori sustentáveis, isso, por si só, não é garantia de
redução dos impactos negativos e da vulnerabilidade socioambiental que afetam os grupos sociais onde esta
tecnologia é instalada. Ou seja, os parques eólicos, não necessariamente são sinônimos de sustentabilidade para
as áreas de seu entorno.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1987942 - ANGELA LUZIA MIRANDA
Interno - 1451225 - DANIEL DURANTE PEREIRA ALVES
Externo à Instituição - LEONARDO PIVÔTTO NICODEMO - IFRN
Notícia cadastrada em: 07/02/2018 11:29
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