Qualidade de vida do servidor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte em condição crônica de saúde.
Qualidade de Vida. Doença Crônica. Saúde. Enfermagem.
Estudo descritivo, transversal, com dados prospectivos e abordagem quantitativa que objetivou avaliar a qualidade de vida (QV) dos servidores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte em condições crônicas de saúde (CCS). A coleta de dados realizou-se no ambulatório do Departamento de Assistência ao Servidor (DAS) da Pró-Reitoria de Recursos Humanos, após aprovação pelo comitê de ética do HUOL (CAAE nº 0046.0.294.000.10) com duração de três meses, através de aplicação de formulário de caracterização sociodemográfico, saúde, ambiental e laboral, questionário Medical Outcome Study 36-Item Short Form (SF-36). A amostra foi composta por acessibilidade, totalizando 215 servidores, sendo 153 ativos e 62 inativos em condição crônica de saúde, usuários do DAS. Os resultados foram analisados no programa SPSS 15.0 através da estatística descritiva e inferencial, apresentados em forma de tabela, quadros e figuras. Identificamos servidores predominantemente do sexo masculino, menores que 60 anos, casados ou em união estável, católicos, cor parda, da capital e residente em moradia própria. Quanto aos aspectos laborais, predominou servidores ativos, com cargos de nível intermediário e médio, pequena proporção de docentes. A CCS mais freqüência foi a doença crônica não transmissível - DCNT (95,8%), cujo principal diagnóstico foi \a hipertensão arterial, a depressão correspondeu ao diagnóstico mais presentes no transtorno mental persistente - TMP. A QV dos servidores foi considerada boa com pontuação média 72,5 no escore total, sendo os domínios mais afetados aspectos físicos (59,1), estado geral de saúde (66,2), dor no corpo (66,3) e aspecto funcional (72,0). A dimensão saúde mental (76,5) apresentou melhores média do que a dimensão saúde física (68,0). Verificamos que a diminuição dos escores de QV esta estatisticamente significante relacionada ao maior número de CCS (ρ<0,001), não havendo significância estatística com relação a situação funcional (p=0,259). Os técnicos administrativos de nível elementar, básico, médio e docente apresentaram piores escores de QV. Ao analisarmos a correlação das CCS, com os domínios e dimensões do SF-36 verificamos significância estatística, correlação fraca e negativa nos domínios aspecto funcional (ρ=0,002; r=-0,207), aspectos físicos (ρ=0,007; r=-0,183), vitalidade (ρ=0,002; r=-0,213), função social (ρ=0,000; r=-0,313), aspectos emocionais (ρ=0,000; r=-0,293), saúde mental (ρ=0,000; r=-0,238), dimensão saúde física (ρ=0,002; r=-0,210) e dimensão saúde mental (ρ=0,000; r=-0,298). A presença do TMP, isolado ou em conjunto, contribuiu para os menores escores SF-36, sendo a variação das médias dos domínios significante exceto para dor no corpo, aspecto geral de saúde e aspectos físicos. Ao correlacionarmos as categorias de CCS, com a QV, identificamos correlação fraca (r≤-0,376), e significante (ρ≤0,011), relacionada principalmente as DCNT, TMP e DCNT+TMP, afetando os domínios saúde mental, função social, aspectos emocionais, vitalidade, aspecto funcional.Diante dos resultados obtidos concluímos, que as a qualidade de vida dos servidores é influência pelas sua CCS. Destarte inferimos que presença da CCS repercute negativamente na qualidade de vida, conduzindo os servidores ativos e inativos ao comprometimento geral de suas atividades diária de vida e trabalho ao longo dos anos em decorrência da morbidade acometida principalmente relacionada com DCNT e TMP.